Edição 351Abril 2024
Quinta, 09 De Maio De 2024
Editorias

Publicado na Edição 346 Novembro 2023

Verão exige mais atenção com o pet

Verão exige mais atenção com o pet

Eduardo Ribeiro Filetti

Atento à aproximação do Verão, quando os dias ensolarados e as temperaturas mais elevadas exigem maiores cuidados com nosso animal de estimação, é importante não descuidar desde a hidratação básica até a prevenção a problemas dermatológicos, como micoses (fungos) e as famosas piodermites (infecções de pele), principalmente se o amiguinho tiver contato com areia e/ou terra. É importante estar atento com os parasitas externos, como pulgas, carrapatos e piolhos, que costumam aumentar e podem transmitir inúmeras doenças. É comum, por exemplo, que cães e gatos engulam acidentalmente pulgas, que podem contaminar com uma tênia chamada Dipilidium. Ou seja, uma pulga pode transmitir um verme a nosso animal de estimação! Já os carrapatos, que são capazes de escalar altos muros, podem transmitir doenças que atingem o sistema sanguíneo, as chamadas hemoparasitoses, parasitas do sangue/cães.

Para proteção há grande oferta de produtos, desde sabonetes, comprimidos, xampus e sprays. Siga as orientações do médico veterinário especialista em pequenos animais para adquirir estes produtos em locais confiáveis e assim evitar falsificações.

Os animais obesos, senis e cardíacos sofrem mais com o calor e hoje há uma variedade de rações que podem ajudar o tratamento. A indicação é que esses animais só saiam para passear bem cedo ou a noite. Para as raças com muita pelagem, a tosa é indicada para dar mais conforto e diminuir o calor interno.

Mosquitos aumentam nesta época do ano, principalmente no litoral, facilitando a transmissão da filariose canina, verme do coração. A picada do mosquito pode levar a uma verminose na região do coração do pet e, para prevenir, deve ser consultado um médico veterinário. A Leishmaniose é outra doença transmitida por mosquito.

Hoje existem locais na praia, em Santos, por exemplo, que possibilitam o contado do pet com a areia, como em parte da praia do Bairro José Menino. É importante ter atenção e consciência ecológica, pois a areia da praia contribui com o desenvolvimento de vermes adultos. Uma das doenças transmitidas por meio de contato com fezes de cães e gatos infectados e frequentemente adquirida por pessoas na praia é a Larva migrans cutânea, conhecida como bicho geográfico. O animal infectado, ao defecar na areia, libera ovos desse verme, que se transforma em larvas e podem penetrar na pele das pessoas, causando feridas e uma coceira. As partes do corpo mais afetadas são os pés, pernas e mãos. As larvas são muito resistentes às ações do meio ambiente, como calor, frio, umidade e seca, podendo permanecer no ambiente por até um ano. Para prevenir que seu animal transmita a doença, ele deve ser submetido a exames de fezes a cada seis meses e, se necessário, vermifugado. Recolher as fezes do animal de estimação em locais públicos também ajuda e evitar o problema.

Eduardo Ribeiro Filetti é médico veterinário e professor universitário, especialista em clínica de pequenos animais, mestre em Saúde Pública e membro da Academia Santista de Letras.

Responder