Edição 351Abril 2024
Quinta, 09 De Maio De 2024
Editorias

Publicado na Edição 338 Março 2023

Fotos José Luiz Borges/Divulgação

Promover um círculo virtuoso

Mateus Teixeira: “Atuamos fortemente para a evolução das legislações que regem nosso segmento”

Promover um círculo virtuoso

Eleito para dirigir a Associação dos Empresários da Construção da Civil Baixada Santista (Assecob) no período 2023/2024, o engenheiro civil Mateus Muniz Elias Teixeira assume num momento em que o segmento evolui e dá sinais de sua pretensão em ser protagonista neste processo de desenvolvimento social. “Incentivar a construção civil é contribuir para fazer girar um círculo virtuoso”, afirmou o dirigente, em entrevista ao Jornal Perspectiva, reiterando o alerta feito no discurso de posse, de que a construção civil é “indispensável” para fortalecer a economia dos municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista e, em última análise, proporcionar qualidade de vida ao cidadão.

Jornal Perspectiva – Como o sr. encara o desafio de presidir a Assecob?

Mateus Muniz Elias Teixeira – Toda mudança sempre apresenta suas particularidades. A Assecob há anos vem mantendo a mesma maneira de administração, o que facilita muito. A ideia é que ela possa cada vez mais ajudar no desenvolvimento da região metropolitana de uma maneira geral não pensando individualmente no nosso setor.

Perspectiva – Quais os planos da nova diretoria?

Mateus Teixeira – A Assecob é uma associação que sempre pautou sua atuação pela continuidade no trabalho em prol dos interesses comuns das construtoras e incorporadoras que dela fazem parte. Atuamos fortemente para a evolução das legislações que regem nosso segmento e buscamos ter sempre um bom intercâmbio de informações e experiências entre os associados.

Perspectiva – Qual a prioridade?

Mateus Teixeira – A prioridade para os próximos meses é trabalhar uma revisão do estatuto e regimento interno, visando adequá-los ao momento que vivemos.

Perspectiva – Como o sr. avalia o atual momento da indústria imobiliária, em especial, na Baixada Santista?

Mateus Teixeira – Durante a pandemia, continuamos trabalhando, respeitando todas as recomendações para a preservação da saúde de nossos colaboradores, e boa parte dos estoques das construtoras acabaram sendo consumidos por famílias que buscavam espaços maiores e até mesmo imóveis em cidades que oferecem melhor qualidade de vida. A Baixada acabou sendo beneficiada pela adoção do home office, que possibilitou que muita gente migrasse para cá, fugindo dos grandes centros. Com os estoques menores, as construtoras/incorporadoras deram início a novos ciclos de lançamentos, que temos visto em Santos e demais cidades da região.

Perspectiva – Qual a sua expectativa com relação aos financiamentos e créditos habitacionais?

Mateus Teixeira – A questão da taxa de juros impacta na questão do financiamento. E as camadas menos favorecidas são as que mais sofrem com isso. A Caixa, por ser a instituição que mais oferta crédito imobiliário, acaba ditando o rumo do mercado. Contudo, sem dúvidas, quanto menores forem as taxas de juros, mais pessoas acabam conseguindo realizar o sonho da casa própria.

Perspectiva – O que se pode esperar, na esfera federal, de ações visando incentivar a construção civil?

Mateus Teixeira – No âmbito federal, a questão passa pela política econômica e fiscal. Passa também pela política habitacional, visando diminuir o déficit de moradias que só cresce entre os menos favorecidos.

Perspectiva – O que deve ser feito para melhorar?

Mateus Teixeira – Incentivar a construção civil é contribuir para fazer girar um círculo virtuoso, afinal, o setor movimenta uma cadeia imensa que tem início na indústria de base e vai até o acabamento e decoração, após a entrega das chaves.

Perspectiva – Qual a expectativa em relação às cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista?

Mateus Teixeira – Apesar da proximidade, cada cidade da Baixada possui suas características e suas especificidades. Praia Grande desenvolveu muito nos últimos anos e ainda tem muito a crescer. Santos já está consolidada como a mais estruturada cidade da região e vem ganhando uma série de novos empreendimentos de grande vulto. As demais cidades também estão conseguindo evoluir e apresentar uma série de obras que trazem benefícios à população. Precisamos melhorar a questão da mobilidade entre as cidades e a extensão do VLT para novas áreas talvez seja a melhor opção.

Perspectiva – Qual a sua mensagem ao empresário da construção civil?

A construção civil é uma atividade muito resiliente, e mesmo com as mudanças de governo, e também em face às suas particularidades, se mantém firme. Temos que aguardar uma posição governamental, tanto em relação às atividades quanto aos bancos públicos. Mas, independentemente disso, sempre conseguimos achar uma maneira de nos reinventar.

“O nosso setor é indispensável”

Mateus Teixeira: “Os 41 anos de existência de nossa entidade e a experiência de nossos associados nos habilitam a ter assentos nos principais conselhos e comissões municipais visando o desenvolvimento da nossa região metropolitana”

Discurso de posse do presidente da Assecob, Mateus Muniz Elias Teixeira.

A construção civil mostra-se cada vez mais atuante no desenvolvimento da nossa região metropolitana. Durante a pandemia, foi uma das poucas atividades que se manteve trabalhando, contando com o apoio das unidades de saúde dos municípios e do Seconci.

O mercado imobiliário local continua em crescimento e é responsável por 19% dos empregos da região, quando levamos em conta toda a cadeia do setor tendo início com os projetistas, mão-de-obra direta, empreiteiros e fornecedores.

O nosso setor é indispensável, pois gera grande parte do ISS e também é o responsável pela crescente geração de novos contribuintes de IPTU.

O ciclo da construção é muito extenso desde o momento em que se começa a compra da área para incorporação, execução de projetos, aprovações, pagamento de taxas, licenças e incorporação se investe cerca de 25% do custo total da obra sem nem mesmo ter conseguido colocar as unidades em comercialização.

Durante a obra gera-se milhares de empregos diretos e indiretos, recolhimento de tributos na esfera municipal.

Após a obra concluída, as unidades começam a gerar IPTU e condomínio, que muitas vezes ainda recaem sob responsabilidade do incorporador.

Todas as atividades são importantes, porém, a construção civil é a que mais gera efeitos imediatos. Mesmo nossa região possuindo indústrias e o porto, nenhuma dessas atividades gera tantos postos de trabalho e tem seus recursos diretamente reaplicados nos municípios.

A todo momento vemos notícias na imprensa que um terminal portuário vai expandir ou uma indústria vai fazer novos investimentos na ordem de milhões em infraestrutura saltam aos olhos de quem vê.

Dificilmente contudo, alguma incorporação média tem um custo inferior a R$ 60 milhões e muitas vezes isso passa desapercebido. Talvez pelo fato de ser uma atividade muito corriqueira, com a qual estamos acostumados até porque existe desde o princípio da humanidade.

A construção civil é uma atividade muito resiliente e se adequa às mudanças como aumento e falta de insumos, mudanças de legislação e carga tributária, ela sempre se mantém firme.

No ano de 2021, em plena pandemia, 4.338 unidades foram construídas na Baixada Santista pela iniciativa privada, que geraram um custo de produção de R$ 2,1 bilhões. No ano de 2023 com os lançamentos até o momento, a tendência é que esses números sejam superados com grande facilidade.

A nossa atividade tem o poder de transformar cidades, criar bairros, criar centros comerciais, e até mesmo povoar regiões anteriormente inabitadas… Sempre dando mais acesso ao grande sonho de uma grande fatia da população: o sonho da casa própria.

Os 41 anos de existência de nossa entidade e a experiência de nossos associados nos habilitam a ter assentos nos principais conselhos e comissões municipais visando o desenvolvimento da nossa região metropolitana.

Temos trabalhado firmemente em defesa dos interesses comuns de seus associados, visando colaborar para o aprimoramento das legislações que tragam celeridade ao processo de aprovação de novos empreendimentos.

Por tudo isso tenho um enorme orgulho de fazer parte da Assecob e nesse momento ter a honra assumir – com o apoio de vários amigos – a presidência.

Outro ponto interessante do diferencial de nossos associados é que a grande maioria das empresas é familiar, cujo legado foi construído com o passar dos anos, e hoje essas empresas estão com a participação de primeira, segunda e até terceira geração trabalhando juntas.

Tenho a certeza de poder contar com o apoio de todas as entidades que representam nossa atividade, CBIC, SindusCon e Secovi – nossos coirmãos. De nossa parte, estaremos sempre a disposição para representá-los quando necessário.

Neste mandato, temos associados participando de todas essas outras entidades: Ricardo Beschizza, que já participa da CBIC há tempos vai se dedicar mais efetivamente a ela com seu novo cargo. Meu irmão Lucas, como diretor regional do SindusCon, e Carlos Mesquini, como diretor regional do Secovi. Todos associados da Assecob. Gerando comunicação, cinergia e administração mais eficiente entre as instituições.

Agradeço aos ex-presidentes, diretores e membros da Assecob, que ao longo desses anos não mediram esforços para passar sua experiência e conhecimento. Agradeço à minha diretoria, por ter aceitado participar dessa nova jornada. Muito obrigado.

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