Edição 351Abril 2024
Quinta, 09 De Maio De 2024
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Publicado na Edição 338 Março 2023

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Elétricos ainda esperam infra

Estima-se mais de 3.000 eletropostos em todo o Brasil. É pouco!

Elétricos ainda esperam infra

Nelson Tucci

Depois do preço, a infraestrutura é o outro fator de inibição ao carro elétrico no Brasil. Há esforço de parte de setores para incrementar esse tipo de mobilidade, mas a exemplo do que acontece em outras atividades, a concentração é grande e a expansão é lenta. Toyota, Volvo e Caoa Chery apostam nos modelos híbridos e elétricos e lideraram as vendas no último mês de fevereiro.

O valor pode variar, mas a média de US$ 39 mil por uma bateria de automóvel é aceitável. Pelo dólar do último dia 20, (a R$ 5,10), a bateria para um elétrico custa R$ 198.900. A isto, soma-se o valor do próprio automóvel e a coisa ultrapassa, fácil, os R$ 300 mil. Mas em um país acostumado a pagar caro por serviços e bens, a questão preço sempre acaba sendo acomodada – por meio de subsídios, financiamentos etc. – como sabemos.

Senão vejamos, em fevereiro último foram vendidos 4.294 eletrificados, representando crescimento de 25% sobre igual mês do ano passado. No bimestre Jan/Fev já são 8.797 veículos, na melhor série histórica da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). A maioria destes, no entanto, é de veículos plug-in (BEV e PHEV), que funcionam com um motor a combustão interna e um outro elétrico. Por esta razão saem de fábrica com um cabo de recarga elétrica. O emplacamento dos 100% elétricos, a bateria (BEV), foram em número de 638 no mês, representando 59% de aumento sobre fevereiro de 22.

O número não é exato, mas de acordo com associadas da ABVE estima-se que os eletropostos já tenham ultrapassado os 3.000 pontos em todo o Brasil. Trata-se de número muito pequeno, considerando-se o tamanho do país. E por razões óbvias, de poder aquisitivo e consumo, há uma super concentração na região Sudeste (acima de 50%), especialmente no estado de São Paulo (cuja contribuição com o PIB é de um terço do total nacional).

Antes da pandemia, a JAC Motors convocou uma grande coletiva de imprensa para apresentar os elétricos que aportavam no país. Foi um grande evento, com direito a teste drive no dia, do qual Veículos & Negócios participou. Na oportunidade, o presidente da JAC Motors no Brasil, Sergio Habib, discorreu sobre vantagens dos elétricos, mostrou estudos e projeção no Brasil e no mundo. No entanto, admitiu que os elétricos ainda não tinham pegada para viagens, por força da rede de abastecimento. De lá para cá bastante coisa aconteceu – a pandemia se instalou, ficou controlada e, oxalá, esteja em vias de terminar – e parece que Habib tinha razão, porque não dá para comprar elétrico para viajar de São Paulo a Curitiba, por exemplo, quanto mais para Floripa, Porto Alegre, Vitória, Salvador…

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