Edição 351Abril 2024
Sábado, 04 De Maio De 2024
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Publicado na Edição 351 Abril 2024

Guarda responsável!

Guarda responsável!

Eduardo: “Faça uma boa reflexão antes de levar um bichinho para casa”

Eduardo Ribeiro Filetti

É inegável que ter um animal de estimação em casa traz muita alegria para a família toda. Afinal, o pet ajuda a diminuir o estresse e a ansiedade, entre muitos outros benefícios. Mas, para isso, antes de assumir a responsabilidade de criá-lo, é preciso considerar uma série de fatores. Com a chegada das férias, por exemplo, o número de casos de abandono cresce 70% no Brasil, o que demonstra a falta de preparo de muitas pessoas.

“Antes de levar um animal para casa, é preciso analisar se, de fato, a pessoa está disposta a assumir um compromisso tão sério e por muito tempo”, comenta Paulo Eduardo Costa, criador e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente: “Cães e gatos vivem mais de uma década, são muitos anos de dedicação com alimentação, cuidados com a saúde, banhos e passeios, que devem fazer parte da rotina dos pets”.

Tomada a decisão, o passo seguinte é analisar que raça ou porte é mais adequado ao estilo de vida do tutor ou família, considerando também o espaço disponível. Neste sentido, seguem algumas dicas.

Perfil do pet. São diferentes tamanhos, pesos, temperamentos, necessidades e peculiaridades entre os pets. O Rusky Siberiano, por exemplo, é muito sensível ao calor; o Buldogue Inglês é propenso à obesidade; já o gato Persa demanda maior atenção com a pelagem. Os gatos são mais independentes e podem ficar sozinhos por mais tempo – em caso de ausência do tutor por longos períodos, o ideal é ter mais de um gato em casa. Já os cães precisam da presença dos tutores com mais frequência. Os filhotes demandam tempo e dedicação para serem educados, enquanto os adultos já têm um comportamento estabelecido pela maturidade, o que é favorável ao tutor que não tem muita disponibilidade. É necessário ter espaço adequado para cada porte de animal.

Passeios. Deve ser analisado se o tutor está disposto e tem tempo para os passeios, ou se pode pagar por um profissional que faça isso periodicamente. Todo cão precisa de caminhadas para ter uma boa saúde física e psicológica, e algumas raças exigem exercícios intensos e frequentes.

Viagens. É necessário avaliar se as viagens são constantes e se o tutor pode levar junto seu companheiro ou tem um lugar de confiança para deixá-lo, como a casa de parentes e amigos. Uma boa opção são hotéis específicos para pets, mas deve-se considerar o custo da hospedagem.

Todos de acordo. É fundamental que, na família, todos tenham o desejo de receber um animal em casa, para evitar desentendimentos, maus tratos ou abandono do bichinho.

Investimento. Além de carinho, os pets exigem alimentação, vacinas e consultas no veterinário – em muitos casos, problemas de saúde levam a tratamentos longos com o uso de medicamentos e até cirurgias.

Ter um animal de estimação é assumir a responsabilidade de cuidar de uma vida, dedicando tempo, amor e investimento. Faça uma boa reflexão antes de levar um bichinho para casa e contribua para difundir o conceito de guarda responsável.

Eduardo Ribeiro Filetti é médico veterinário e professor universitário.

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