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Publicado em 12/01/2023 - 6:59 am em | 0 comentários

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Projeto que endurece fiscalização em elevadores aguarda sanção

Relatório deverá comprovar boas condições

Projeto que endurece fiscalização em elevadores aguarda sanção

O setor de elevadores aguarda a sanção do governador Tarcísio de Freitas ao Projeto de Lei Complementar nº 81, aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo no final do ano passado, que torna mais rígida a fiscalização sobre os elevadores em todo o estado de São Paulo. De autoria da deputada Damaris Moura (PSDB), a norma altera a redação da Lei Complementar nº 1.257/2015, que institui o Código Estadual de Proteção contra Incêndios e Emergências e abrange elevadores.

É o primeiro projeto do gênero em nível estadual, pois até agora há apenas legislação municipal na capital paulista que estipula a obrigatoriedade da manutenção mensal preventiva. Com isso, a legislação estadual fica mais rígida para garantir a segurança dos passageiros. No Brasil ainda não há uma lei nacional que regulamente o setor.

A expectativa é de que o PLC seja sancionado pelo governador o quanto antes. “Queremos colocar a segurança como prioridade. Por isso, há a necessidade de endurecer a legislação como já acontece na capital paulista”, destaca Marcelo Braga, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Elevadores (Abeel) e do Sindicato das Empresas de Elevadores do Estado de São Paulo (Seciesp). 

Segundo Braga, o elevador é o meio de transporte mais seguro e o mais utilizado na vida moderna. A cada três dias, pelo menos 200 milhões de pessoas, o equivalente a toda população brasileira, utilizam o elevador em algum momento do dia. Somente na cidade de São Paulo há mais de 80 mil elevadores instalados: “Entretanto, a manutenção frequente é fundamental para garantir a segurança do usuário”.

Na capital paulista, os elevadores transportam cinco vezes mais passageiros do que a frota de ônibus. Estima-se que os ônibus transportem sete milhões de passageiros por dia, enquanto os elevadores levem quase o dobro, aproximadamente 14 milhões de pessoas, ressalta Braga.

O projeto aprovado determina que nas edificações que contenham elevadores passa a ser de inteira responsabilidade do proprietário ou do condomínio providenciar e comprovar a emissão anual do Relatório de Inspeção Anual (RIA), nas cidades onde o referido relatório RIA é regulamentado por lei.

O RIA é um documento que atesta a qualidade e o bom funcionamento do elevador indicando que está em condições de funcionamento, passa por manutenção, conservação, e até a troca de peças, caso necessário, sem oferecer riscos. Para o presidente da Abeel e do Seciesp o Corpo de Bombeiros terá um papel fundamental na fiscalização predial por meio da concessão do Auto de Vistoria do Corpo e Bombeiro (AVCB).

O projeto determina que nas cidades onde não exista lei que especifique o referido relatório, RIA, o condomínio deve comprovar que realizou a contratação de empresa de manutenção de elevadores regularmente constituída e habilitada, com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) adequada à atividade, com registro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) e que tenha em seus quadros engenheiro mecânico também com registro no CREA, que assine como responsável pela manutenção dos elevadores.

O RIA, ou relatório similar (elaborado pela empresa que faz a manutenção do elevador), deve ser afixado no quadro de avisos da portaria do condomínio.

Segundo balanço do Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo, os registros com pessoa presa e ferida em elevador aumentaram 70%, de 2021 para 2022, com 42 ocorrências até agora em todo o Estado, com ao menos duas mortes. Nos 12 meses do ano passado o número de ocorrências foi de apenas 25.

No total, houve 558 ocorrências com passageiros presos nos elevadores residenciais e comerciais em que o Corpo de Bombeiros precisou ser acionado e entre os que ficaram feridos neste ano. É o maior número desde 2019, quando foram registradas 642 ocorrências, com 50 pessoas feridas em acidentes nos elevadores.

Para a Abeel e o Seciesp há um reflexo da Covid-19 e da queda da renda da população. “Com a pandemia e o impacto na renda dos moradores, muitos condomínios passaram a adiar troca de peças, postergar a manutenção, adiar a contratação de empresas especializadas e a realização de ajustes nos elevadores para economizar e reduzir custos”, avalia o presidente das entidades. “Mas o preço a ser pago é muito alto”, alerta Marcelo Braga.

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