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Publicado em 3/12/2016 - 9:43 am em | 0 comentários

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Atlas da Mata Atlântica radiografa o desmatamento em São Paulo

SOS Mata Atlântica celebrará domingo o Dia da Mata Atlântica

Atlas da Mata Atlântica radiografa o desmatamento em São Paulo

Guarulhos foi o município paulista que mais desmatou a Mata Atlântica entre 2014 e 2015, com a eliminação de 12 hectares (aproximadamente a área de 12 campos de futebol) de floresta nativa. No sentido inverso, Boa Esperança do Sul foi a cidade que mais conservou o seu bioma, com 87,6% do total natural preservado.

É o que revela o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, lançado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

No ano em que a SOS Mata Atlântica comemora seu 30º aniversário, o estudo mapeou os 100 municípios que mais desmataram o bioma entre 1985 e 2015. Nessa classificação, o Estado de São Paulo é berço de seis dos 100 municípios que mais desmataram durante o período. A área total desmatada por essas cidades é de 33.719 mil hectares, ou cerca de 337 quilômetros quadrados, o que corresponde ao espaço do município de Ilhabela.

“O Atlas dos Municípios é extremamente importante, pois traz um balanço de quais estados e municípios têm dado o devido valor à preservação das florestas nativas e do meio ambiente. Nesta edição, por meio do levantamento de 30 anos, conseguimos mapear a situação das cidades e esperamos que esse Atlas contribua para incentivar os novos governantes a conservarem a Mata Atlântica”, disse a diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota.

O balanço de 30 anos do Atlas da Mata Atlântica mostra que as regiões Sul e Sudeste têm a maior quantidade de municípios entre os 100 que mais desmataram o bioma. Juntos, os estados do Paraná (40), Rio de Janeiro (13) e Santa Catarina (11) responderam por 64% desse ranking.

A Bahia tem 10 cidades no levantamento dos 100 municípios que mais desmataram a Mata Atlântica em 30 anos, seguida por Minas Gerais (9), São Paulo (6), Mato Grosso (4), Espírito Santo (3), Piauí (2) e Rio Grande do Sul (2).

O ranking dos 10 maiores desmatamentos entre 1985 e 2015 é liderado pelo Paraná, com cinco cidades, seguido pelo Rio de Janeiro (2), Bahia (2) e Santa Catarina (1). Juntas, as 10 cidades desse ranking desmataram 169.858 hectares (1.698,58 quilômetros quadrados), área um pouco maior do que a da capital de São Paulo (1.522,9 km²).

Com base em imagens geradas pelo sensor OLI a bordo do satélite Landsat 8, o Atlas da Mata Atlântica, que monitora o bioma há 30 anos, utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e geoprocessamento para avaliar os remanescentes florestais acima de 3 hectares (ha). “Foram anos de trabalho para que pudéssemos consolidar uma base temática (mapa) que permite atualizações anuais consistentes. A possibilidade de o cidadão comum poder acompanhar a dinâmica da cobertura florestal do município onde reside é, sem dúvida, a materialização de uma intenção que tivemos no passado”, afirma Flávio Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE.

Um dos instrumentos mais eficientes para que os municípios façam a sua parte na proteção da floresta mais ameaçada do Brasil é o Plano Municipal da Mata Atlântica, que reúne e normatiza os elementos necessários à proteção, conservação, recuperação e uso sustentável da Mata Atlântica. Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, reforça que o plano traz benefícios para a gestão ambiental e o planejamento do município.

“O PMMA é extremamente importante, pois é um plano que depende diretamente da ação da comunidade local em parceria com a sociedade para ser aplicado, diferente das outras leis do país. A aplicação do plano permite o desenvolvimento de políticas locais de meio ambiente” afirma Mario.

É possível acompanhar a situação dos remanescentes florestais em 3.429 municípios abrangidos pela Lei da Mata Atlântica no “Aqui tem Mata?”, hotsite que disponibiliza, por meio de mapas interativos e gráficos, informações sobre o estado de conservação de florestas, mangues, restingas e outros ambientes do bioma.

Basta inserir o nome de um município para descobrir o que resta de vegetação, as bacias hidrográficas presentes na cidade, o ranking municipal de desmatamento e se existe alguma área preservada de Mata Atlântica no bairro ou em regiões próximas, como parques, reservas federais, estaduais e municipais, entre outras informações. Acesse www.aquitemmata.org.br.

Confira as listas completas em: https://nuvem.sosma.org.br/index.php/s/ublrLR8Vp4Fm6IX

Os mapas dos principais rankings nacionais estão disponíveis em: https://nuvem.sosma.org.br/index.php/s/zPxBZePmCXIFfXN

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