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Domingo, 05 De Maio De 2024
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Publicado na Edição 292 Maio 2019

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O Cosmos é logo ali!

Astrofotografia: finalidade é registrar os corpos celestes, até aqueles que não conseguimos enxergar a olho nu

O Cosmos é logo ali!

Leandro Ayres

COM a chegada dos meses mais frios no Hemisfério Sul, nosso céu ganha tons de azul mais profundo, e devido à mudança no ângulo do eixo terrestre, a incidência da luz solar na superfície fica mais suave, e as cores ganham vida. Além disso, o ar mais frio empurra as partículas de poluição para baixo e, com menos detritos em suspensão, o céu fica mais limpo, condição básica para a realização da astrofotografia.

Astrofotografia? Seria a foto dos astros de Hollywood? Ou, em se tratando de terras tupiniquins, dos famosos do Projac? Não, caro leitor. Refiro-me ao tipo de fotografia que tem como finalidade registrar os corpos celestes, até aqueles que não conseguimos enxergar a olho nu. Braços da Via Láctea, nebulosas, constelações, todo o espetáculo do Cosmos profundo se revela no sensor da sua câmera.

Para conseguir tal êxito é preciso observar algumas condições básicas. Em primeiro lugar, a ausência de luz. Astrofotografia é foto noturna. Fontes de luz como as geradas nas grandes cidades são refletidas na atmosfera, ofuscando os corpos celestes. Portanto, corra para as colinas! Quanto mais alto você estiver, mais próximo estará do céu. Fuja dos centros urbanos; vá para o mato e leve consigo um tripé, já que esta técnica demanda longa exposição (às vezes até horas).

Uma vez bem posicionada e fixa, sua câmera não sofrerá os efeitos da instabilidade provocada pelas mãos. Importante ressaltar que ela deverá estar configurada para disparar através do timer, de outro modo o próprio apertar do botão disparador pelo seu dedo implicará em um indesejado tremer da câmera, levando para o espaço todo o seu trabalho, com o perdão do trocadilho. Outra dica importantíssima é procurar céu limpo, sem nuvens, e sem lua aparente (lua nova é a melhor fase).

Para conseguir bons resultados não é necessário equipamentos caríssimos. Até mesmo com um bom celular você chega lá. E o celular pode ser útil também para você mapear o céu caso não possua conhecimentos em astronomia. Apps como o Stellarium ou Star Chart, por exemplo, ajudarão a encontrar as estrelas que deseja fotografar. Mas, caso a sua ideia seja a de fotografar com uma DSLR, opte por uma lente grande angular. Assim seu campo de captura será o mais amplo possível. Completam as configurações, ISO elevado (cada modelo permite um nível sem gerar ruído na imagem), balanço de branco na casa dos 4.400K, maior abertura possível do diafragma da sua lente e armazenagem dos arquivos no formato RAW, para melhor tratamento da imagem nos programas de edição.

Astrofotografia é como pescaria: demanda tempo, paciência e processos. E na ponta do anzol lá estará Peixes, a constelação.

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