Edição 351Abril 2024
Terça, 07 De Maio De 2024
Editorias

Publicado na Edição 333 Outubro 2022

Muito a fazer

Luiz Carlos Ferraz

Entre tantas promessas renovadas no período eleitoral, aí compreendendo o pré e o pós primeiro turno – e já no limiar do segundo turno, quando as promessas se repetem e as esperanças estão por um fio… – merece atenção o discurso em prol da população em situação de rua, que se ouve aqui e ali de políticos eleitos em terceiro ou segundo mandato para as casas legislativas. Ou seja, tudo indica que este drama nacional, que só aumenta nas cidades brasileiras, impõe uma resposta eficiente da sociedade da Baixada Santista, especialmente de Santos. Clama-se à sociedade, ora, pois apelar apenas às autoridades e instituições filantrópicas vem se mostrando ineficaz ao longo dos anos. Quando tais órgãos fazem, ainda que no esforço máximo de sua capacidade ou incapacidade, fazem muito pouco, e esse muito pouco não atende mais às necessidades do dia a dia. A dura batalha dessa legião de anônimos é o tema do documentário “Colchão de Pedra”, idealizado pelo jornalista Carlos Ratton e viabilizado em parceria com o jornal Diário do Litoral e a Universidade Santa Cecília (Unisanta). Trabalho corajoso, de fôlego, e que há de gerar bons frutos! Afinal, não por coincidência, o direito à dignidade da população em situação de rua voltou à pauta na cidade que ostenta no brasão de sua bandeira a frase “À Pátria Ensinei a Caridade e a Liberdade”. O filme foi exibido na Câmara, em evento organizado pela vereadora Débora Camilo (PSOL) e a realidade que denuncia – a busca diária e desesperada por comida, dificultada pela aporofobia (arquitetura higienista antipobre) e violência, em flagrante violação dos Direitos Humanos – motivou o vereador Chico Nogueira (PT) a requerer ao prefeito Rogério Santos (PSDB) que informe sobre a atualização do censo feito em 2019 e que constatou cerca de 1.000 pessoas vivendo em situação de rua – quando 10 anos antes eram 507.

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