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Publicado na Edição 277 Fevereiro 2018

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Crescimento para valer em 2018

Megale: resultado é muito bom e está dentro da expectativa, pois a base de comparação do primeiro semestre de 2017 é baixa

Crescimento para valer em 2018

Nelson Tucci

Após dois anos de forte turbulência – desestabilizando o crédito, inibindo negócios e gerando um passivo de 14 milhões de desempregados –, a economia brasileira dá sinais consistentes de recuperação. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) a taxa Selic caiu para 6,75% a.a., a projeção da inflação para este ano é de 3,95% (dentro da meta, portanto) e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é estimado em 2,7%. Para corroborar a tendência, a indústria automotiva anuncia alta de 24,6% da produção (janeiro de 2018 sobre janeiro do ano anterior). Portanto, se o cenário político estabilizar, agora a coisa vai!

Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, “a fase depressiva já ficou para trás”. O segmento de veículos leves (automóveis e comerciais leves), que representa pouco mais de 90% da produção do setor, revelou 207,9 mil unidades entregues no primeiro mês do ano. Este dado representa crescimento de 23,4% em relação a igual janeiro do ano passado e de 1,5% ante o volume de dezembro. Quando comparado janeiro de 2018 com janeiro de 2017, incluindo-se os pesados, aí sim se chega ao crescimento de 24,6% (216,8 mil unidades).

Entre os pesados são 7,04 mil caminhões produzidos em janeiro último, representando alta de 57,2% ante o mesmo mês de 2017. Para os ônibus, especificamente, estão contabilizadas 1,8 mil unidades no primeiro mês do ano, o que significa crescimento de 70,1% sobre igual mês do ano passado.

Na visão de Megale, o resultado divulgado de janeiro “é muito bom e está dentro da nossa expectativa, pois a base de comparação do primeiro semestre de 2017 é baixa”. E destacou, junto à imprensa especializada: “Crescemos sempre com maior intensidade no segundo semestre. Com a aprovação das reformas, aumento da confiança e um cenário macroeconômico estável, vamos manter a rota do crescimento”.

A geração de empregos é outro dado relevante e normalmente destacado neste balanço. Em razão do aumento da produção automotiva, as montadoras instaladas no país mostraram que em janeiro as contratações superaram as demissões traduzidas em saldo positivo de 676 postos de trabalho. E se considerados os 12 últimos meses, o saldo será de (+) 2.018 vagas apesar do quadro recessivo no primeiro semestre de 2017. Assim, o setor registra hoje 129.951 colaboradores, significando pequena alta de 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

No segmento de máquinas agrícolas, a produção é de 2,6 mil unidades no primeiro mês do ano, representando um crescimento de 19,3% sobre as 2,2 mil de janeiro de 17, mas mostra-se estável quando comparada ao mês de dezembro último. Por fim, as exportações contribuíram para esta recuperação, respondendo por 47 mil unidades enviadas a diversos países. O número é recorde para o mês de janeiro, tendo superado inclusive janeiro de 2006 quando foram exportados 46 mil veículos.

Como se vê, os números são auspiciosos, mas ainda faltam ser definidos alguns aspectos para o setor, como a nova política industrial chamada de “Rota 2030”. “O governo discute a forma de concessão desses incentivos, a fim de encontrar uma equação que não seja questionada internacionalmente. Acredito que até o fim deste mês ou início de março o Rota 2030 seja definido”, completou o dirigente da Anfavea.

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