Um palácio dedicado ao Patriarca da Independência.
Desde a criação da Prefeitura, em 1908, a cidade de Santos sonhou em possuir uma sede própria para o executivo municipal (ela ficava em imóvel alugado – os Casarões do Valongo – atual Museu Pelé). Muitos foram os projetos criados para tal objetivo. Ao final, coube ao engenheiro Plínio Botelho do Amaral o privilégio de escrever seu nome na história, como o idealizador do prédio, batizado como Palácio José Bonifácio de Andrada e Silva. Elaborado com linhas clássicas, com total influência da arquitetura francesa, a edificação apresenta, internamente, acabamento em mármore italiano e jacarandá, além de lustres de cristal da Bohêmia e vitrais com símbolos relacionados à Maçonaria. O maior destaque do conjunto, a imponente Sala de Sessões da Câmara, foi batizado com o nome da Princesa Isabel, seguindo uma tradição desde 1888. Na inauguração do Paço, ocorrida em 26 de janeiro de 1939, a festa contou com a presença do então presidente do Brasil, Getúlio Vargas.
A edificação é repleta de simbolismos, percebidos quando a observação leva em conta, por exemplo, o passado filosófico e a importância histórica de José Bonifácio.
Na fachada, belíssimos candelabros de ferro e as estátuas de Hermes e Minerva, representando o comércio e a indústria, assim como a sabedoria e a municipalidade, implantadas posteriormente, obra do artista João Batista Ferri. Na parte interna, destaque para os vitrais com identificações técnicas, que apontam a localização dos setores públicos. Neles, nota-se certa relação, que parece ser proposital, de alguns símbolos relacionados à Maçonaria, instituição de grande influência sobre Bonifácio e Dom Pedro I.
Para construir o prédio, a Prefeitura de Santos teve que contrair um empréstimo de grande valor, junto ao Bank of London & South America. O financiamento, de 2.260 milhões de libras esterlinas, foi obtido em 1936 e quitado somente em 2005.
Conheça o trabalho desenvolvido pela Fundação Arquivo e Memória de Santos: acesse o site www.fundasantos.org.br