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Publicado na Edição 275 Dezembro 2017

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RenovaBio: o planeta agradece!

RenovaBio: reduzir as mortes causadas pela poluição do ar e os custos sociais atrelados à emissão de gases de efeito estufa

RenovaBio: o planeta agradece!

A poluição do ar mata, em média, 31 pessoas por dia no Estado de São Paulo, segundo o Instituto Saúde e Sustentabilidade, baseado em relatório deste ano da Cetesb, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Para os cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Fmusp), a elevação do nível da poluição atmosférica pode aumentar em até 12% o risco de morte em dias de “pico” de contaminação do ar.

O problema, contudo, não é exclusivo de São Paulo. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgados neste ano, relatam que a poluição no Brasil causa a morte de 14 pessoas a cada 100 mil habitantes e, no mundo, é culpada pelo falecimento de 1,7 milhão de crianças por ano.

Os poluentes no ar são inimigos invisíveis e silenciosos, responsáveis pela incidência de doenças respiratórias, cardiovasculares, pulmonares, câncer, asma, entre outras enfermidades, comprometendo a saúde e a qualidade de vida de milhares de brasileiros, sendo a causa da morte prematura de mais de 79 pessoas por dia no país, segundo a OMS.

Com a necessidade urgente de manter o aquecimento global abaixo dos 2 graus celsius, entidades nacionais e internacionais buscam medidas que ajudem a reduzir a dependência do uso de combustíveis fósseis e a encontrar soluções viáveis e mais sustentáveis, como é o caso dos biocombustíveis. Em 2015, o Brasil assumiu um compromisso com o Acordo de Paris, firmado na 21ª Conferência das Partes – que propõe reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O Brasil ratificou o acordo em setembro de 2016 com o comprometimento de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, chegando em 43% em 2030.

Uma das principais medidas para atingir estes ambiciosos objetivos é o RenovaBio, política construída em conjunto por empresas, organizações governamentais e não-governamentais, a comunidade científica e a sociedade civil. “A aprovação do programa ajudará não só o setor de biocombustíveis, mas terá toda a sociedade como principal beneficiário, contribuindo para reduzir as mortes causadas pela poluição do ar e os custos sociais atrelados à emissão de gases de efeito estufa, estimados em 12.000 pessoas por ano, apenas em no Estado São Paulo, e US$ 152 ton/CO2, respectivamente”, explica Bernardo Silva, presidente da Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial (ABBI).

Entre as diversas medidas brasileiras no Acordo de Paris está a de aumentar a participação na produção de bioenergia sustentável, nossa principal matriz energética para, aproximadamente, 18% até 2030, bem como alcançar um número bastante expressivo de 45% em energias sustentáveis nesse mesmo período. “O RenovaBio também permitirá o posicionamento do Brasil como fornecedor global de tecnologias e produtos de alto valor agregado, bem como, deverá provocar a injeção de US$ 160 bi ao PIB nacional por ano”, detalha o presidente: “Com o programa, amplificaremos o impacto para outras esferas, estabelecendo sinergias com políticas ambientais, industriais, energéticas e de inovação. Ele ajudará a expandir a fronteira industrial e empregos qualificados para todo o território brasileiro, com o potencial de investimentos em 120 novas biorrefinarias em 20 anos, ajudando a elevar o valor produzido por hectare, utilizando resíduos agrícolas, como o bagaço e palha de cana-de-açúcar, milho, eucalipto e outros grãos, para a produção de biocombustíveis de 2ª geração”.

 

Apoio à produção de energias sustentáveis

“A ABBI é a única organização no país dedicada ao desenvolvimento da biotecnologia industrial, atividade que tem por objetivo ajudar as indústrias a fazerem mais com menos e de forma mais sustentável, aprimorando sua produtividade em mais de 40%”, acrescenta Bernardo Silva: “A associação representa empresas que se pautam sempre pelo respeito à segurança alimentar, à preservação do meio ambiente e à saúde humana, e a prosperidade coletiva”. Para demonstrar a eficácia do programa para a mitigação dos gases de efeito estufa, a ABBI apoiou a produção do estudo “Second-generation sugarcane bioenergy & biochemicals – Advanced low-carbon fuels for transport and industry”, desenvolvido pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), apresentado em novembro na 23ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 23), no Espaço Brasil – World Conference Center Bonn. A iniciativa destaca a viabilidade da produção, no Brasil, de bioenergia e bioquímicos (produtos que podem substituir os químicos feitos a partir de petróleo, como o plástico).

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