Edição 351Abril 2024
Quinta, 09 De Maio De 2024
Editorias

Publicado na Edição 342 Julho 2023

Sinais

O que deveria ser apenas uma ação de solidariedade, de apoio ao contingente de pessoas vulneráveis que moram nas ruas de Santos, especialmente neste momento em que se está no Inverno, transformou-se em polêmica, protagonizada pela Prefeitura local, que, à pretexto de acolher este público, desenvolve campanha que orienta as pessoas a não darem esmolas e nem alimentos de forma isolada e ligarem para 153 – o telefone da Guarda Civil Municipal (GCM). Lamentável sob todos os aspectos, a campanha está sendo criticada por setores responsáveis da comunidade, e mereceu veemente repúdio do padre Júlio Lancelotti, conhecido pelo trabalho que promove contra as desigualdades sociais, que classificou a campanha santista de “desumana, desnecessária e equivocada, com possibilidade de improbidade administrativa”. Atualmente, estima-se que mais de 1.000 pessoas vivam o drama de se amontoar nas ruas, muitas vezes sem cobertor ou agasalho, sobrevivendo exatamente da solidariedade do povo santista, que tem orgulho do lema de seu brasão, Patriam Charitatem et Libertatem Docui, ou À pátria ensinei a caridade e a liberdade. Em julho, o sr. Antônio de Jesus morreu na Praia do Gonzaga. Apesar de todos os desenganos, merecia melhor sorte. Foi mais um morador de rua que não resistiu e teria sido o quarto este ano. Algo tem que ser feito imediatamente para evitar esta tragédia anunciada.

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