Edição 351Abril 2024
Sexta, 26 De Abril De 2024
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Publicado na Edição 334 Novembro 2022

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Dor tem tratamento

Afinal, quando a intensidade da dor pode ser motivo de atenção?

Dor tem tratamento

Nem sempre uma sensação simples, a dor, além de física, é um evento sensorial e emocional desagradável para o organismo humano. Em muitos casos, pode ser um alerta de importância para a saúde. De forma crônica pode indicar doenças. Por essa razão, é importante estar atento aos sintomas e aos pontos preocupantes. Globalmente, estima-se que 1,5 bilhão de pessoas (uma em cada cinco) sofra de dores crônicas, com prevalência maior em pacientes com idade mais avançada. No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED), ao menos 37% da população, ou cerca de 60 milhões de pessoas, relatam sentir dor de forma crônica.

“Chamamos de crônica a dor persistente, que incomoda o paciente por meses ou, até mesmo, anos”, explica o neurocirurgião Marcelo Valadares, do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). De acordo com o especialista, não é normal sentir dor por mais de três meses: “Neste caso, ela pode indicar doenças sérias e, por isso, precisa de investigação. Se não tratada, pode levar a outros problemas que antes não existiam, como alterações no comportamento motor, redução de atividades (tendência ao sedentarismo) e fadiga, além de prejudicar a ergonomia”.

Para o médico, é preciso escutar o paciente, antes de qualquer intervenção: “É essencial trazer conforto a essas pessoas com agilidade, permitindo que o paciente retome suas atividades cotidianas e sempre buscando uma resposta positiva, permanente e duradoura no tratamento. Cada indivíduo interpreta sua dor de uma forma diferente. Como profissionais da saúde, é nosso dever escutá-lo e acolhê-lo, pois todos merecem cuidados. Se o incômodo persiste há muito tempo, está certamente na hora de procurar alternativas”.

Nos quadros de dor crônica, principalmente, o tratamento é multidisciplinar e pode ser longo. Envolve, além de avaliação médica adequada, outros tratamentos paliativos para reabilitação física como fisioterapia, acupuntura e pilates, por exemplo. Muito frequentemente, segundo ele, são utilizadas medicações. Porém, existem outras opções para casos em que os fármacos não são mais adequados ou suficientes, como os bloqueios de nervos e infiltrações anestésicas, cirurgias pouco invasivas por vídeo e cirurgias percutâneas, ou seja, sem a necessidade de uso de bisturi.

Com os avanços da ciência é também possível pensar em tratamentos de estimulação cerebral para a dor. “Os procedimentos de neuromodulação (estimulação) cerebral ou medular, quando bem indicados, podem ser um excelente tratamento para a dor crônica em casos muito complexos e que já tentaram diversos tratamentos, com médicos diferentes”, pontua o neurocirurgião.

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