Edição 351Abril 2024
Sábado, 27 De Abril De 2024
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Publicado na Edição 288 Janeiro 2019

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Bons ventos

Dirigentes brasileiros surfam na onda otimista que permeia a economia

Bons ventos

Nelson Tucci

O Brasil disputará neste ano a 6ª colocação com os Estados Unidos no ranking de produção de veículos. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima a entrega de 3,1 milhões de unidades até dezembro. Números que, caso confirmados, refletirão o crescimento da indústria local pelo terceiro ano consecutivo.

Depois de amargar resultados pífios no governo Dilma Rousseff, os produtores de automóveis, ônibus e caminhões no Brasil comemoraram em 2017 o crescimento de 25,2% e, em 2018, mais 14,6% de expansão produtiva sobre o ano anterior. Para este ano a projeção é de crescimento de 11,4% sobre a base de 2,7 milhões de unidades do ano que passou.

O país está sendo revigorado no quesito “clima de confiança”, e há espelhamento disto noutros setores. Um bom indicativo é o crescimento das vendas de caminhões em 46,3% (2018 sobre 2017). Não é difícil saber que a aposta no agronegócio é, uma vez mais, grande.

No último dia 14, o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, subiu a projeção de crescimento do país para este ano. De acordo com este relatório, a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2,53% para 2,57%.

Os bancos, sempre conservadores em seus números, também apostam em um mínimo de 2,5% e, na carona de tanto otimismo, os importadores de veículos arriscam um PIB entre 2,5% e 3% maior. Pelas projeções da Abeifa, a associação dos importadores que reúne 16 associadas, deverão ser emplacadas 50 mil unidades no ano, representando crescimento de 33% sobre 2018.

As exportações de carros, ônibus e comerciais leves é pouco animadora, uma vez que o México anda mal das pernas e a Argentina – nosso grande parceiro no setor, consumindo cerca de 80% dos veículos – é uma incógnita, já que o seu PIB deverá recuar 2% em 2019. Peru e Colômbia começam a responder, mas ainda são mercados muito pequenos.

Logo, as projeções de demanda estão focalizadas no mercado interno que, apesar dos 13 milhões de desempregados, deve responder bem ao fator motivação. Oxalá tudo isto não passe de um sonho de Verão, porque em um mundo de economia globalizada quando o mar fica revolto, todos os barcos balançam.

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