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Domingo, 28 De Abril De 2024
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Publicado na Edição 319 Agosto 2021

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Novos (ainda) em “ponto morto”

Expectativa que a produção de veículos aumente, com maior oferta de componentes

Novos (ainda) em “ponto morto”

Nelson Tucci

Até que a situação seja normalizada, ainda teremos unidades de produção do setor automotivo fechando e abrindo, negociando férias coletivas e por aí vai. O Brasil, que optou pela importação ao invés do investimento local em tecnologia, está na fila dos componentes para montar seus automóveis (entre outros produtos que utilizam os chips). A estimativa do volume de importação é de US$ 1 bilhão ao ano, somente pela indústria automotiva. E antes do meio do ano que vem, esqueça, nem a própria indústria acredita na regularização deste fluxo. A fábrica de Gravataí/RS da GM que o diga, depois de amargar cinco meses de paralisação, de março a agosto, e perda da liderança do modelo Onix no mercado.

Em coletiva mensal, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, disse neste agosto que em razão da falta de componentes (semicondutores, em especial) a produção (de julho, no caso) caía pelo segundo mês consecutivo. Foram montados 163,6 mil veículos, 2% a menos que o mês anterior (junho) e 4,2% menos quando comparado julho de 2021 com julho de 2020.

Para angústia destes senhores, a demanda por veículos novos cresce e a indústria não consegue atender. De acordo com Moraes, não há previsão de normalização no fornecimento até meados de 2022. Com isto, valorizam-se os veículos de pouco uso (também chamados de seminovos), que estão nas lojas para pronta entrega. Segundo uma consultoria deste mercado, a valorização média, na pandemia, é de 8,5%.

Realidade distinta vive o mercado de reposição, que em 2020 teve faturamento de R$ 18,7 bilhões e estabilidade no número de lojas em funcionamento. “No mercado da reposição automotiva, a falta de alguns produtos é recorrente dos próprios fabricantes. Costumo dizer que produtos de veículos novos e lançamentos começam a chegar em nosso comércio de reposição após cinco anos, dependendo da peça e da marca do veículo. Não vejo falta de produtos ao ponto de virar notícia. O mercado da reposição está dando conta dessa demanda, como tradicionalmente tem feito”, assinala Heber Carvalho, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis e Acessórios (Sincopeças-SP).

Agora, se o consumidor optar por duas rodas a coisa fica mais fácil. Embora o setor também lute com a falta de componentes, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) garante que os estoques estão bem administrados e que não houve paralisação de fábricas neste segmento. Ao contrário, a produção de 1.060.000 unidades inicialmente prevista para este ano foi alterada para 1.220.000 – o que representará crescimento de 26% sobre o ano passado. Se confirmados, os números serão ainda melhores que no período pré-pandemia (1.127.000 unidades, em 2019).Leia Veículos & Negócios atualizada semanalmente em www.veiculosenegocios.blogspot.com.br

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