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Terça, 23 De Abril De 2024
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Publicado na Edição 278 Março 2018

Ana Mello/Divulgação

Madeira certificada na nova cobertura

Museu da Língua Portuguesa: madeira proveniente da Amazônia

Madeira certificada na nova cobertura

As madeiras que serão usadas na reconstrução da cobertura do Museu da Língua Portuguesa estão na Ala Leste da Estação da Luz, em São Paulo. No total, serão 67 m3 – o correspondente a 89.150 kg – de madeira certificada proveniente da Amazônia, do tipo cumaru. A volumetria externa do edifício será mantida, e a cobertura ganha nova configuração em seu interior: as peças de madeira serão combinadas a cabos de aço na sustentação da cobertura de zinco. O redesenho interno da cobertura traz mais leveza e visibilidade ao ambiente do terceiro andar do Museu. Em toda a obra será utilizada madeira que atende às exigências de sustentabilidade (certificada e de demolição), uma vez que o Museu da Língua Portuguesa foca na obtenção do selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) na categoria Silver. LEED é uma certificação para construções sustentáveis, concebida e concedida pela organização não governamental americana U.S. Green Building Council (Usgbc), de acordo com os critérios de racionalização de recursos (energia, água etc.) atendidos por um edifício.

A previsão é que esta etapa seja concluída até julho deste ano e, na sequência, será iniciada a última etapa da obra: a reconstrução do interior do museu, atingido por um incêndio em dezembro de 2015. A inauguração do Museu da Língua Portuguesa está prevista para 2019.

A estrutura da cobertura será reconstruída em madeira, conforme recomendações dos bombeiros e de especialistas e as telhas serão em zinco, segundo configuração original do prédio. A madeira de grandes espessuras resiste melhor a incêndios do que estruturas metálicas – em caso de exposição a fogo, apenas a camada externa das peças é afetada, o que garante que a estrutura resista por mais tempo. Essa característica ficou comprovada no incêndio de dezembro de 2015, quando a estrutura do telhado resistiu e as peças de madeira, depois de recuperadas, puderam ser reaproveitadas para a construção de outros elementos do prédio. Datada de 1946, a madeira da cobertura original (do tipo peroba do campo) foi utilizada na restauração das esquadrias e fachadas, etapa concluída em outubro de 2017. Em cerca de 85% da madeira necessária para a recuperação das esquadrias foram utilizados o material já existente no edifício: dos 20m³ de madeira necessários para a restauração das esquadrias, 17m³ são reaproveitados da sustentação da cobertura do prédio.

O projeto também contempla ações de conservação da cobertura da Ala Oeste, que não foi atingida pelo incêndio. O zinco que fará o revestimento da cobertura foi trazido do Peru e as chapas já chegaram com o acabamento patinado.

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