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Publicado em 29/06/2019 - 8:15 am em | 0 comentários

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Setor solar fotovoltaico lamenta baixo volume de contratação no leilão A-4

Preços-médios do certame estão fora dos patamares de referência da fonte no Brasil

Setor solar fotovoltaico lamenta baixo volume de contratação no leilão A-4

Com um forte deságio de 75,6% em relação ao preço inicial de R$ 276,00/MWh, atingindo um preço médio de venda de energia elétrica de R$ 67,48/MWh (equivalente a US$ 17,62/MWh), a fonte solar fotovoltaica se destacou no Leilão de Energia Nova (LEN A-4 de 2019), realizado ontem pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo (SP).

Na avaliação da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o certame resultou em um volume de contratação muito aquém das expectativas do setor e da própria necessidade do país. “O montante contratado foi muito baixo em comparação com o número elevadíssimo de projetos participantes do leilão. Apenas duas distribuidoras de energia elétrica contrataram projetos no leilão. Isso ocasionou uma alta competição entre os players, produzindo preços-médios fora dos patamares de referência para a fonte solar fotovoltaica no Brasil”, aponta Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar.

Os projetos solares fotovoltaicos contratados pelo LEN A-4 de 2019 estão localizados nas regiões Nordeste e Sudeste, nos estados do Ceará (163,7 MW), e Minas Gerais (40,0 MW). Foram arrematados apenas seis novas usinas da fonte, totalizando 203,7 MW de potência e novos investimentos privados de mais de R$ 856,2 milhões até 2023. “Apenas 30% da energia elétrica que será gerada pelas usinas do Ceará e 50% da energia das usinas de Minas Gerais foram destinadas às distribuidoras, no ambiente de contratação regulada (ACR). O restante da energia poderá ser vendida no ambiente de contratação livre (ACL), onde os preços são mais elevados, ajudando a equilibrar a receita dos projetos”, esclarece Sauaia.

“Temos a informação de que parte dos empreendimentos contratados será de expansão de projetos existentes. Isso permitiu abrir espaço para um preço mais arrojado na competição”, comenta Sauaia: “O mercado conta com um volume de contratação muito mais robusto para a fonte solar fotovoltaica no leilão A-6 de 2019, previsto para outubro, quando teremos a real dimensão do patamar de preço da fonte no país”.

A Absolar solicitou ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) o aprimoramento do planejamento de contratação para a fonte, descrito no Plano Decenal de Expansão de Energia 2027 (PDE 2027). “O MME e a EPE estabeleceram um cenário no PDE 2027 no qual desafiaram o setor solar fotovoltaico a reduzir seus preços em aproximadamente 40% até 2024. Já cumprimos esta meta desde 2018, demonstrando na prática o ganho de competitividade da fonte, e ainda antecipamos esta redução de preços em mais de cinco anos, em benefício de toda a sociedade brasileira. Desse modo, cabe ao Governo Federal fazer a sua contrapartida e ampliar os volumes de contratação anual da fonte na nova versão do PDE prevista para este ano, passando de 1 GW para pelo menos 1,9 GW de contratação anual, conforme as diretrizes do PDE 2026”, detalha Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar.

Fundada em 2013, a Absolar congrega empresas e profissionais de toda a cadeia produtiva do setor solar fotovoltaico com atuação no Brasil, tanto nas áreas de geração distribuída quanto de geração centralizada. A entidade coordena, representa e defende o desenvolvimento do setor e do mercado de energia solar fotovoltaica no Brasil, promovendo e divulgando a utilização desta energia limpa, renovável e sustentável no País e representando o setor fotovoltaico brasileiro internacionalmente.

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