Edição 356 Setembro 2024
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Quarta, 09 De Outubro De 2024
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Publicado em 6/05/2020 - 8:35 am em | 0 comentários

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Desvalorização do IMOB revela efeito da pandemia na construção civil

Relatório avalia companhias na crise

Desvalorização do IMOB revela efeito da pandemia na construção civil

A Capital Research apresentou relatório sobre o setor de construção civil – o qual é considerado um termômetro para a atividade econômica e estava se recuperando de grandes crises passadas –, que voltou a ser afetado pelos efeitos da crise gerada pelo novo coronavírus. Segundo o analista Felipe Silveira, há uma desvalorização do Índice Imobiliário (IMOB), responsável por medir o desempenho das ações das companhias do setor na bolsa. No acumulado de 2020, a queda do IMOB é de aproximadamente 44%, maior até do que a do Ibovespa.

“Em tese, o impacto do coronavírus deveria ser pequeno. Isso porque a atividade foi classificada como essencial e, assim, boa parte dos canteiros de obras seguem funcionando”, explica Silveira: “Porém, as medidas de prevenção contra a disseminação do vírus têm um efeito prático relevante no andamento das obras. Além disso, os stands de vendas devem ficar fechados por algumas semanas, o que gera um impacto imediato na performance das empresas, ainda que as equipes possam continuar a trabalhar virtualmente e que essa demanda reprimida possa ser compensada por vendas futuras”.

Para avaliar as empresas do setor focadas no médio e alto padrão – Eztec, Trisul, Gafisa, Cyrela, Even, Mitre, Elbor, Tenda, MRV e Direcional –, o relatório apresenta o estudo de alguns indicadores como o de alavancagem, que no caso das construtoras considera o índice de dívida líquida sobre o patrimônio líquido, com base nos dados de 2019, e o nível atual do estoque de cada companhia.

Para Silveira, a alavancagem de 34% da Gafisa antes da pandemia, por exemplo, não era preocupante. Porém, os efeitos da pandemia de coronavírus trazem um cenário diferente, em que Eztec e Trisul ganham vantagem em relação às demais por contarem com caixas maiores que as dívidas totais: “Por causa dos efeitos da doença – especialmente do potencial impacto no mercado de crédito –, liquidez se torna algo fundamental. Então, Eztec e Trisul, que têm caixas maiores que as dívidas totais saem muito na frente das demais”.

Na análise de estoque, a Mitre e a Trisul aparecem entre as mais bem posicionadas, mas o analista ressalta que no caso da primeira empresa, o baixo estoque se relaciona com a falta de lançamentos, já que a empresa esperava dar um grande salto após o IPO. De qualquer forma, o contrário também pode ser um problema: “Um estoque elevado em um mercado em expansão é muito menos problemático do que o mesmo estoque em uma possível recessão. Com isso em mente e analisando os dados, também fica muito claro que os papéis mais arriscados do setor são os da Helbor e da Gafisa, de modo que recomendo evitá-los”, acrescenta Silveira.

No comparativo de P/E (preço e lucro), considerando o valor atual dos papéis com o lucro projetado para 2021 das empresas Trisul, Cyrela, Even e Eztec, esta última parece ser a mais cara, enquanto a Trisul é negociada com um desconto que não se justifica dada a análise feita no relatório.

No estudo sobre as empresas do setor econômico (Tenda, Direcional e MRV) a casa de análises aponta um cenário favorável para a Tenda, que conta com uma boa relação estoque/venda e um caixa superior ao montante da sua dívida, de modo que ela está melhor posicionada do que suas concorrentes para esse momento de crise, sem que isso se reflita no preço de seus papéis.

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