Edição 350Março 2024
Quinta, 18 De Abril De 2024
Editorias

Publicado na Edição 272 Setembro 2017

Adeus, 2017!

Luiz Carlos Ferraz

E do anunciado “ano perdido”, como passou a ser chamado 2017 mesmo antes do seu início, restam apenas três meses. A certeza neste momento é que, avaliando os prognósticos com certa isenção, dos mais pessimistas aos mais otimistas, todos parecem ter errado a mosca. Não só pelo ímpio resultado de tudo quanto foi feito nesses nove meses do ano em nosso País, projetando a imagem de que a grande maioria do povo sobreviveu enxugando gelo, mas por se constatar que os terríveis acontecimentos do dia a dia superaram a mais nefasta das previsões. O Brasil foi pródigo em surpreender – e não só o Brasil, mas o planeta, com suas guerras, ameaças de guerras, catástrofes naturais e acirramento da intolerância total e absoluta. A corrupção, por exemplo, atingiu o seu nível máximo e comprovou o que o poeta vinha alertando há muito tempo de que “se gritar pega ladrão, não fica um”. Os órgãos institucionais de controle não funcionaram e hoje estamos diante de uma sociedade de ladrões, onde prevalece a máxima de que “quem rouba ladrão, tem 100 anos de perdão”. E muitos daqueles que têm a chave do cofre roubam para, ao mesmo tempo, se acharem perdoados e, em curto espaço de tempo, esquecidos pela graça da impunidade. Neste contexto, em face das sementes podres cuspidas e mal plantadas nos últimos anos, não será demais prever que as futuras safras poderão vir bichadas. As já manipuladas eleições de 2018 deverão apenas comprovar que os ladrões continuarão ocupando os ambientes do Poder Oficial, porque se recusam a reformar qualquer instância que lhes ameace a “sagrada” rapadura. No Rio de Janeiro, com armas e o comprometimento das Forças Armadas, pretende-se combater a corrupção consolidada no Poder Paralelo. Pode ser que funcione. É uma tentativa. Tenho dúvidas, porque a corrupção é filha dileta do Tinhoso, rasteira, muitas vezes invisível… Se der certo a política dos fuzis e tanques, o povo poderá fazer uma leitura torta e esperar que os fuzis da rua deem jeito nas negociatas palacianas.

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