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Publicado na Edição 246 Julho 2015

Leandro Ayres

Santa Casa de Santos. Ação social beneficia hospital

Santa Casa: um dos desafios é realizar os trabalhos com o hospital funcionando normalmente

Santa Casa de Santos. Ação social beneficia hospital

Conceituada construtora da Baixada Santista, a Engeplus Construtora e Incorporadora Ltda. está realizando obra de ampliação da Santa Casa de Misericórdia de Santos, que compreende 840 metros quadrados no 5º andar, Ala B. O hospital conta com recursos específicos para a melhoria, que representará novos leitos de maternidade para atender SUS e particular, e que reforçarão o setor de maternidade já existente no 4º andar, Ala H.

Executada em parceria com tradicionais fornecedores, a obra se integra ao portfólio da Engeplus como mais uma ação social da empresa, em reconhecimento a tudo que a Santa Casa representa para a comunidade de Santos e litoral. “Nosso compromisso de honra é não ter lucro”, afirmam os diretores da Engeplus, engenheiros Roberto Luiz Barroso e Roberto Luiz Barroso Filho: “Se por ventura for apurado algum resultado positivo, reverteremos para a Santa Casa”.

O projeto arquitetônico foi elaborado pela Alegria Arquitetura e contempla 26 leitos de maternidade, todos com suíte, salas exclusivas de enfermagem, medicação, exames e curativos, quarto de plantonista, copa e banheiros de funcionários. O acabamento utilizará materiais de primeira linha, com piso e bancadas em granito. A entrega está programada para março de 2016, com acessos e sistemas elétricos e hidráulicos integrados à infraestrutura do hospital, e inauguração após instalação de móveis e equipamentos.

A solidariedade da Engeplus com a Santa Casa não é recente e já se traduziu em outras duas intervenções realizadas no hospital, na construção do Hospital Dia e na modernização da Ala Torres Homem. Trabalhando em sintonia e total transparência com a provedoria e o Departamento de Manutenção Geral (DMG) do hospital, a construtora também assume imprevistos. Um exemplo logo no início do contrato, em março passado, foi o entulho encontrado na laje onde acontece a ampliação, o que obrigou despesas com a remoção, destinação final e limpeza da área, totalmente custeadas pela empresa. “Como a construção é antiga, deveremos encontrar casos não previstos, que estamos assumindo integralmente”, explica o engenheiro Carlos Alberto Indame, coordenador das obras da Engeplus, ao salientar que outro grande desafio é realizar os trabalhos com o hospital funcionando normalmente, com pessoas internadas nos andares inferiores.

Em respeito à saúde dos pacientes, a Engeplus conta, além da experiência de seus profissionais e parceiros, com a excelente solução do projeto estrutural, que adotou o uso de estrutura metálica, resultando numa obra mais limpa e com menos barulho que no sistema convencional. “O ruído na movimentação de materiais é mínimo e, além disso, todos os operários estão orientados a falar baixo e somente o necessário, tudo para perturbar o mínimo possível os pacientes”, frisa Indame.

A logística garante o bom andamento da obra. Após a fase de limpeza, toda a laje foi impermeabilizada, ao mesmo tempo em que aconteceu, por etapas, a retirada das telhas do antigo telhado e a implantação da estrutura metálica sobre os arranques (sapatas) de pilares encontrados no local. “Esses arranques já existiam e estavam bem conservados. Eles foram deixados já com o objetivo de uma futura ampliação, que agora se concretiza”, explicou o coordenador das obras da construtora, frisando que para garantir a integridade dos arranques foram realizadas provas de carga pela Teste Engenharia, do engenheiro Franco Pagani, tradicional parceiro da Engeplus e da Santa Casa.

5º andar Ala B: estrutura metálica está 70% concluída Leandro Ayres

5º andar Ala B: estrutura metálica está 70% concluída

A estrutura metálica, que está 70% concluída, é implantada pela Elmo Coberturas, antiga parceira da Santa Casa. Segundo detalhou o diretor Elmo Liberato da Rocha, a estrutura é construída na oficina da empresa, em módulos tipo tesoura, vigas, suporte de piso técnico, suporte para ar condicionado e do forro. Esses módulos chegam prontos para serem soldados nas junções e depois são integrados ao conjunto da estrutura. Parceira da Elmo há 15 anos, a DN Aço é fornecedora de todo material da estrutura. A empresa atua em conformidade com as normas técnicas e, além da certificação ISO, é amiga da criança.

A Tofix Engenharia e Construção participa da obra desde o início. Conforme detalhou o diretor, arquiteto Gustavo Araújo Nunes, a empresa fez a desmontagem técnica, com a retirada das antigas telhas de barro tipo francesa. Já o caibramento, mediante o reuso de cerca de 65% do ripamento, foi fixado com martelo pneumático. A empresa faz a colocação das novas telhas metálicas, com acabamento emborrachado, acompanhando o padrão arquitetônico do hospital.

Fortalecendo a parceria com a Engeplus, a Magenta Alumínio Ltda. fornecerá as esquadrias de alumínio: “Estamos honrados em participar dessa importante obra para a cidade”, afirmou o diretor João Magenta: “Vamos atender com nossa equipe, preparada para executar os serviços de forma silenciosa, visando não incomodar os pacientes do hospital”.

Para quem passa na frente do prédio da Santa Casa, na R. Dr. Cláudio Luís da Costa, 50, Bairro Jabaquara, já é possível avistar a estrutura da nova ala, na extremidade do lado direito, acima do quarto andar. Por enquanto, será realizado apenas um andar – o 5º, Ala B –, mas está nos planos do hospital a construção de um quinto andar também no lado esquerdo, além de um perpendicular a parte central, o que alinhará a altura na fachada da Santa Casa.

Além da obra da Santa Casa, a Engeplus realiza três edifícios em Santos: o comercial Fuschini Miranda, na Vila Mathias, com entrega prevista para dezembro deste ano; o residencial Ilha de Capri, no Embaré, em fase de acabamento, com previsão de entrega no final de março de 2016; e o residencial Ibiza, com obras iniciadas no Embaré.

Recursos são provenientes de multa

Como todas as Santas Casas do Brasil, a Santa Casa de Santos enfrenta dificuldades financeiras, o que exige criatividade para continuar mantendo a qualidade no atendimento – e, algumas vezes, sorte e a solidariedade do empresariado da região. Para concretizar a atual ampliação de leitos, houve a conjugação desses dois fatores: a benemerência da Engeplus e a sorte, ao se obter recursos por meio de multa em ação trabalhista.

O provedor da Santa Casa, Felix Alberto Ballerini, explicou que a multa foi aplicada pela Justiça do Trabalho de Cubatão contra a Cosipa, hoje Usiminas, em decorrência de sentença condenatória, em 1989, na ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), devido aos inúmeros casos de leucopenia registrados na empresa. A multa, que era de R$ 4 milhões, foi atualizada em R$ 20 milhões, dos quais 87% do valor para a Santa Casa e o restante para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Com esses recursos, que são utilizados sob controle do MPT e da Justiça, a Santa Casa desenvolve projetos de modernização, com a preocupação de suprir a falta de leitos, estimada por Ballerini em cerca de 1.500, na região. Assim, parte dos recursos será investida na ampliação dos atuais 400 leitos do hospital, com mais 72 leitos – 26 nesta primeira fase.

Outro lance de sorte foi encontrar arranques na estrutura do antigo prédio, que data do final da década de 20. O achado foi feito pelo engenheiro Edison de Almeida, do Departamento de Manutenção Geral (DMG) da Santa Casa, que, ao subir na laje para reforma do andar inferior, constatou que os pilares tinham ferros de espera. Foi consultado o arquivo morto e apurada a indicação, já naquela época, de se realizar uma futura ampliação.

Após as provas de carga, Almeida contou que se optou pela estrutura metálica, principalmente, por três motivos: é mais leve que a estrutura de concreto; a velocidade de execução é mais rápida; e a obra gera menos barulho, pois toda estrutura é feita na oficina do fornecedor, sendo montada no local.

Os projetos de modernização da Santa Casa estão sendo elaborados pela Alegria Arquitetura. Segundo o arquiteto Pedro Alegria, apesar de antigo, o prédio da Santa Casa é muito bem planejado no que diz respeito ao conforto ambiental. No projeto da Ala B do 5º andar foi mantido o conceito, apenas compatibilizando o tamanho dos quartos, infraestrutura de banheiros com acessibilidade e equipamentos modernos, como o sistema de ar condicionado mais econômico.

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