Um mês de cada vez…
Nelson Tucci
É certo que a pandemia arrefeceu o ânimo da economia e criou imensas dificuldades para vários setores. O país, no entanto, continuou comendo – pior, talvez, mas continuou. E exportou alimentos. A safra agrícola neste ano deverá totalizar 247,4 milhões de toneladas o que, confirmado, será recorde, com produção de 6 milhões de toneladas a mais que a anterior. Em 2019 o agronegócio respondeu por 21,4% do PIB brasileiro e neste ano não deverá ser muito diferente, pois o setor continua injetando oxigênio na economia. E para movimentar todo esse volume são necessários caminhões e implementos agrícolas, cuja produção já começou a ser retomada em julho, com números um pouco mais otimistas.
O Plano Safra 2020-21 foi anunciado em junho e reservou crédito de R$ 236,3 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional. O montante representa alta de 6,1% (R$ 13,5 bilhões a mais) em relação à safra anterior. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o PIB do agro deverá crescer 3% neste ano, se comparado ao de 2019. Embora o consumo tenha sofrido solavancos, nos últimos meses, há incremento da produção de soja e maior exportação de carne bovina.
Na esteira desse crescimento deverão vir os caminhões e implementos agrícolas. No mês passado a indústria nacional entregou 6,8 mil unidades somente de caminhões, o que representa volume 22,8% maior que o mês anterior (junho), de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O percentual é animador se visto isoladamente, mas no comparativo com igual período de 2019 nos traz à realidade: houve recuo de 37% na produção. Separados os sete primeiros meses do ano, contra igual período no ano passado, registra-se recuo de 37,3% (produção de 41,6 mil unidades, em 2020).
Segundo o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini, a produção nacional retomando o rumo “é reflexo da boa demanda de caminhões para o mercado interno, que continua sendo impulsionado pelo agronegócio, além de outras atividades de transporte que ganharam mais notoriedade durante a pandemia, alguns considerados essenciais, tais como transporte de medicamentos e combustíveis”.
As assessorias da Volvo, Mercedes e VW têm se ocupado em veicular novos contratos de vendas, o que sempre anima quem lê, mas a prudência recomenda o step by step, uma vez que os rumos da economia (atrelados ao desempenho do governo) é que ditarão as vendas e locações. Portanto, é preciso fazer as contas de um mês de cada vez.
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