Edição 354Julho 2024
Sábado, 27 De Julho De 2024
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Publicado na Edição 352 Maio 2024

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Otimismo no mercado

País produziu 2,35 milhões de unidades em 2023

Otimismo no mercado

Nelson Tucci

O que esperar do mercado automotivo brasileiro em termos de desempenho para este ano? A expectativa é que sejam produzidos 3 milhões de automóveis, suportados pelos investimentos de R$ 76 bilhões, soma do anúncio de oito montadoras nestes primeiros meses de 2024. Esbanjando otimismo, o presidente da República vai além e diz acreditar em 3,8 milhões de unidades até o fim do ano. A conferir.

Todos sabem que o mercado de automóveis no Brasil é vigoroso e que poderia ser muito, mas muito melhor se a renda da população fosse decentemente distribuída e turbinada. Exemplo: a renda per capta média é de US$ 10 mil hoje, enquanto a média francesa é quase quatro vezes maior e a norte-americana sete. No Brasil há uma concentração excessiva de riqueza, privilegiando 5% da população (cerca de 11 milhões de pessoas aptas ao consumo, contra 193 milhões só na janelinha esperando a vez).

A Fenabrave, federação das distribuidoras de veículos, aposta em crescimento de 12% este ano. Em 2023 o país fechou o período com 2,35 milhões de unidades produzidas (1,9% menos que o ano anterior, 2022) e, por isso, abre espaço para um crescimento em 2024. A oferta de crédito (com a queda da taxa Selic – lenta, mas em queda) ajuda bem as projeções de crescimento.

Mas é preciso, antes da confirmação, combinar com São Pedro e com os chineses. As chuvas que provocaram o maior desastre da história do Rio Grande do Sul vão impactar os números; talvez pouca coisa, mas vão refletir, porque o estado produz cerca de 9% do total nacional e os outros estados estão trabalhando para compensar esta perda.

Sobre os chineses, que exportam elétricos a rodo, e parte dos híbridos, deverão sentir o aumento de imposto de importação brasileiro, no segundo semestre, que saltará de 10% para 18% no próximo mês de julho (e de 25% a partir de julho de 2025). Como chinês não é bobo, as exportações daquele país para o Brasil registraram um aumento de 372,4% no primeiro quadrimestre deste ano, totalizaram volume de negociação de US$ 762 milhões. Estão formando um bom estoque, portanto, mitigando os riscos da perda de vendas de seus produtos.

Nelson Tucci é jornalista, editor de Veículos & Negócios, toda segunda-feira também em www.veiculosenegocios.blogspot.com.br

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