Oportunidades e desafios do oceano
Nelson Tucci
Na década do Oceano (2021 a 2030), estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), Santos marca forte presença na discussão sobre um dos maiores ativos da Humanidade: o Oceano, fonte de riqueza alimentar, mineral, energia, transporte e lazer. Entre os dias 7, 8 e 9 de março, aconteceu o Santos Summit, evento da maior importância para o business e a preservação.
A organização do evento estimou em 5 mil pessoas o público dos três dias, que debateram, entre outros pontos, a Economia Azul (parte significativa do evento, sob curadoria do IlhaHub de Inovação), atualmente na pauta de todas as discussões que se trava quando o Oceano está em evidência. Cabe destacar que Oceano, no singular, é tratamento sugerido pelos cientistas porque forma um único ecossistema.
Não custa lembrar que a economia do Oceano, se fosse um país, seria a sétima do mundo (US$ 1.5 trilhão) – diz a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os setores que mais geram valor adicionado global da economia oceânica são o de óleo e gás (34%), o turismo costeiro (26%), os portos (13%) e equipamentos marítimos (11%) e a captura, cultivo e processamento da pesca (7%), destacou Flávia Ribeiro, minha colega de painel, representando a consultoria Kearney.
Flávia abordou também a Economia Circular e Carbono Azul, comentando que a OCDE calcula que apenas um percentual de 14% a 18% do plástico é reciclado mundialmente e 24% é incinerado: “E a atenção desses impactos gerados sobre o oceano motivam empresas de terra a trabalharem sobre o conceito de economia circular – em especial desse material”. A observância do ODS 14 (Vida debaixo d’água), Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, da ONU, deve ser estrita. Até porque este jornalista lembrou aos presentes que o Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo (USP) acaba de divulgar pesquisa mostrando que existe muito lixo – e já contaminando peixes capturados para estudo – a 200 km de distância da costa (de Santa Catarina e de São Paulo) e a 1.500 m de profundidade.
Se o mar será fonte de alimentos, até 2030, para 3 bilhões de pessoas, passou da hora de se enxergar e tratar o oceano de maneira sustentável.
Nelson Tucci é jornalista, editor de Veículos & Negócios, toda segunda-feira também em www.veiculosenegocios.blogspot.com.br
Nelson Tucci, Sandrelise (Ilhahub), Flávia Ribeiro (palestrante) e Edmar Moraes (Ilhahub)