Edição 359 Dezembro 2024
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Sábado, 14 De Dezembro De 2024
Editorias

Publicado na Edição 343 Agosto 2023

Atenção contra a raiva

Atenção contra a raiva

Eduardo Ribeiro Filetti

Agosto ficou conhecido como mês de cachorro louco, pois, segundo pesquisas, nos meses de junho e julho um número maior de cadelas entra no cio, o que gera maior aglomeração de machos brigando por elas. Ou ainda, o mês do cachorro louco assim foi denominado porque, supostamente, é quando o número de casos da raiva aumenta. Seja por este ou aquele motivo, agosto é o mês oficial da vacinação contra a raiva, quando cães e gatos devem ser vacinados uma vez por ano. Filhotes a partir de três meses já podem receber a vacina, e as fêmeas em gestação devem aguardar o desmame dos filhotes.

A raiva é uma doença viral contagiosa e que pode ser contraída por mamíferos, como cães, gatos, morcegos e cavalos. Anteriormente, era chamada de hidrofobia, pois alguns animais não conseguem beber água, devido à paralisia da musculatura mandibular. Sendo uma zoonose, a raiva pode ser transmitida ao homem através de mordida ou pela salivação do animal em contato com uma ferida. A transmissor da raiva urbana são os cães e gatos e da raiva rural os morcegos hematófagos, ou sugadores de sangue.

Os sintomas da raiva se apresentam com diversos aspectos, dificultando assim uma padronização. Há duas modalidades do vírus: a raiva nervosa ou paralítica, que apresenta sintomas como tremores, convulsões, câimbras e paralisia; e a raiva agressiva, que deixa o animal afônico, sem beber água e agressivo. As duas podem apresentar estado febril, tremores, vômito, apatia e grande quantidade de salivação.

Ao ser observado algum sintoma, a orientação é para prender o animal e consultar um veterinário. Jamais soltá-lo ou matá-lo, somente o veterinário pode confirmar o diagnóstico. Matar animais de estimação em nosso país é crime. No ser humano que for mordido, quando não houver condições de observar o animal suspeito, por morte ou fuga, deve-se imediatamente tomar medicação. Conhecida como doença sem cura, 100% fatal, sabe-se de pelo menos três casos no mundo, inclusive um no Brasil, onde os médicos conseguiram salvar pessoas acometidas desta terrível doença, embora tenham ficado com sequelas graves. Somente a vacinação previne o animal da doença.

No caso de o animal ser vacinado ou ficar em local fechado, ele deve permanecer em observação para que o médico veterinário avalie qual será a melhor terapia. Graças às campanhas de conscientização e vacinação desenvolvidas por prefeituras e clínicas veterinárias, a Baixada Santista está sem casos desta doença há 20 anos.

Eduardo Ribeiro Filetti é médico veterinário, professor universitário, especialista em clínica de pequenos animais, pós graduado em clínica de felinos e fitoterapia, mestre em Saúde Pública e diretor clínico da Clínica Veterinária Filetti.

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