Um apaixonado pelo “chorinho” santista
O jornalista, escritor, crítico, letrista e criador do lendário jornal O Pasquim, Sérgio Cabral, gravou seu depoimento ao Programa Memória-História Oral em 23 de abril de 2013, no estúdio da Universidade São Judas (Campus Unimonte). Na entrevista, Cabral conta sobre sua brilhante carreira como jornalista e crítico musical e de sua admiração pelo Clube do Choro de Santos, do qual foi conselheiro por vários anos.
Sérgio de Oliveira Cabral Santos nasceu no Rio de Janeiro, em 17 de maio de 1937. Nascido no bairro de Cascadura, foi criado em Cavalcante. Órfão de pai desde os quatro anos de idade, começou sua carreira em 1957, como repórter policial do Diário da Noite, jornal vespertino dos Diários Associados. Em 1969, já como editor político do jornal Última Hora, juntou-se a Jaguar e Tarso de Castro para a criação do jornal semanal O Pasquim. Durante a ditadura foi temporariamente preso por seu ativismo como jornalista.
Apaixonado também por futebol, Cabral escrevia a coluna “Onde o Rio é mais carioca”, no Jornal do Brasil e, por ocasião da Copa de 62, participou da mais famosa mesa-redonda esportiva do rádio: a “Resenha Facit”, ao lado de João Saldanha, Armando Nogueira e Nelson Rodrigues.
Assinou colunas no Jornal dos Sports, Última Hora, O Globo e O Dia, onde escreveu até 1993. A partir de então, atuou como produtor de discos, repórter, redator, cronista e editor em diversos jornais, revistas e emissoras de TVs. Querido por todos, Sérgio Cabral frequentava as rodas do pessoal do jornalismo, do futebol e da música. Boêmio, sentava-se à mesa com Cartola, Elton Medeiros, Jaguar, Nelson Cavaquinho, Lan, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Hermínio Belo de Carvalho, Rildo Hora, João Nogueira, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e outros.
A partir de 1977 dedica-se principalmente à literatura, tendo publicado mais de uma dezena de livros, entre eles: Pixinguinha, vida e obra (1977); O ABC do Sérgio Cabral (1979); Tom Jobim (1987); No tempo do Almirante (1991); No tempo de Ari Barroso (1993); Elizeth Cardoso, vida e obra (1994); Antonio Carlos Jobim – Uma biografia (1997); Nara Leão – Uma biografia (2001) e Grande Otelo – Uma biografia (2008), entre outros. Cabral foi, ainda, vereador por três legislaturas, de 1983 a 1993, e conselheiro do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro até maio de 2007, quando se aposentou aos 70 anos.
Fã do gênero musical popularmente conhecido como “chorinho”, Cabral fez parte do conselho de administração do Clube do Choro de Santos, sobre o qual dá sua opinião: “Os Clubes do Choro, que tiveram origem no Rio de Janeiro nos anos 1970, espalharam-se pelo Brasil. Atualmente, como não tenho viajado muito, não sei se ainda é assim. O que sei é os Clubes do Choro existentes em Santos e Brasília são tão maravilhosos que valem por um país inteiro”.
Assista o depoimento completo de Sérgio Cabral no canal oficial do Programa Memória-História Oral no Youtube, no endereço www.youtube.com/programamemoriahistoriaoral
Conheça o trabalho desenvolvido pela Fundação Arquivo e Memória de Santos: acesse o site www.fundasantos.org.br