Paixão pela Imprensa e o time de coração
O jornalista Carlos Conde foi entrevistado pelo Programa Memória-História Oral em 9 de junho 2021, via plataforma Zoom. Em seu depoimento, Conde relembra passagens de sua profícua trajetória profissional e de sua visa pessoal, como o amor pela cidade e pelo Santos FC, time do qual é torcedor desde criança.
Carlos Conde se orgulha de ter nascido em Santos em 2 de outubro de 1940, no bairro da Vila Belmiro, ao lado do lendário estádio onde assistiu a tantos jogos enquanto criança. Aos 18 anos deu início à carreira de jornalista em O Diário de Santos, órgão dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand. Cobria o dia a dia do Santos FC e da Era Pelé, momento máximo na trajetória centenária do clube.
Em seguida foi contratado pelo jornal Última Hora, de Samuel Wainer, para a mesma função. Continuou na cobertura do Santos por alguns anos, até assumir a coluna política e mais tarde o cargo de editor-chefe. Estava nessa função quando Juarez Bahia o convidou, em 1965, para trabalhar em A Tribuna, como responsável pela editoria de política. Em 1966, quando Bahia foi guindado à condição de editor-chefe, Conde foi convidado para ser editor-executivo. Simultaneamente, trabalhava na sucursal santista do jornal O Estado de S. Paulo. E assim foi por dois anos.
Logo depois, o Estadão o convidou para trabalhar na sede, em São Paulo, como copidesque. Foi promovido, depois, a editor do interior e, em seguida, a editor nacional. Em 1975 pediu ao então editor-chefe, Oliveiros Ferreira, para trabalhar na sucursal de Brasília e cobrir a área diplomática. Participou dessa cobertura por 12 anos, primeiro como correspondente diplomático e, depois, como coordenador da equipe que cobria o setor (Palácio do Itamaraty e 80 embaixadas). Esse trabalho possibilitou a Conde conhecer 83 países.
Em 1976 conquistou Menção Honrosa Nacional do Prêmio Esso de Jornalismo pela divulgação de documentos secretos dos governos do Brasil e da Argentina referentes à guerra diplomática que então se travava por causa da construção da Hidrelétrica Binacional de Itaipu. A Argentina temia que as águas acumuladas na gigantesca obra do Brasil e do Uruguai pudesse inundar Buenos Aires. Nesta época, simultaneamente, atuava como editor-internacional do Jornal de Brasília, onde também assinava uma coluna sobre política externa.
Voltou a São Paulo em 1990 e assumiu a condição de diretor do Correio Braziliense na capital paulista. No segundo ano de mandato do governador Mário Covas assumiu como vice-presidente da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Depois dessa experiência começou uma longa pesquisa para escrever a biografia do artista plástico santista Mário Gruber. Em meio a essa tarefa foi convidado pelo jornal A Tribuna, em agosto de 2009, para o cargo de editor-chefe.
Na área acadêmica, tem passagem pela Faculdade Católica de Direito de Santos, onde se formou em 1963. Advogou durante apenas um ano, fazendo logo opção pelo jornalismo. Segundo Conde, ser um profissional de imprensa foi sempre a “minha grande paixão”. Foi, ainda, professor de jornalismo na Faculdade de Comunicação da Universidade Católica de Santos (UniSantos) e na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo.
O vídeo com a entrevista completa de Carlos Conde pode ser acessada pelo link do canal oficial do Programa Memória-História Oral no Youtube, em www.youtube.com/programamemoriahistoriaoral
Conheça o trabalho desenvolvido pela Fundação Arquivo e Memória de Santos: acesse o site www.fundasantos.org.br