Diplomata de carreira brilhante
O diplomata Celso Amorim foi entrevistado pelo Programa Memória-História Oral em 25 de janeiro de 2011, no estúdio do Museu da Imagem e do Som de Santos (MISS). Em seu depoimento, Amorim – que já foi reconhecido como “o melhor chanceler do mundo” – fala de sua vida pessoal e de sua brilhante carreira na diplomacia brasileira.
Celso Luiz Nunes Amorim nasceu em Santos, em 3 de junho de 1942. É um diplomata brasileiro e ex-ministro da Defesa que, ao longo de sua carreira, ocupou por duas vezes o cargo de ministro das Relações Exteriores do Brasil. Formou-se pelo Instituto Rio Branco em 1965, obtendo título de pós-graduação em Relações Internacionais pela Academia Diplomática de Viena, na Áustria, em 1967. Amorim se graduou em primeiro lugar de sua turma no Instituto Rio Branco. Como prêmio, ele foi enviado em 1966 à Academia Diplomática de Viena, onde foi capaz de terminar a sua tese e retornou ao Rio de Janeiro antes de ser enviado para o seu primeiro posto como diplomata em Londres. Passou três anos na London School of Economics, onde concluiu todos os créditos necessários para a sua formatura. Em seguida, foi enviado à Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington DC, antes da apresentação de sua tese, cuja qualidade seu orientador julgara suficiente para conquistar um título de doutorado.
Em 1979 foi convidado por Eduardo Portela, ministro da Educação e Cultura, com o apoio da classe cinematográfica, para assumir a Embrafilme, por sugestão do colega diplomata, escritor e cineasta Edgard Telles Ribeiro. Mudou-se para o Rio de Janeiro, sede da empresa, onde Amorim trabalhou com Ruy Guerra, fazendo edição e continuidade do filme Os Cafajestes. Atuara também como assistente de Leon Hirszman em um dos episódios de Cinco Vezes Favela. Foi demitido da empresa depois de liberar financiamento para o filme Pra frente, Brasil, de Roberto Farias, que exibe cenas de tortura de presos políticos durante a ditadura militar.
A história de Celso Amorim no serviço público iniciou em 1987, quando se tornou secretário para Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia, desempenhando tal posição até o ano de 1989. Foi então selecionado para o cargo de diretor-geral para Assuntos Culturais no Ministério das Relações Exteriores, à época chefiado por Abreu Sodré. Assumiu nova posição em 1990, sendo nomeado diretor-geral para Assuntos Econômicos. Em 1992 assumiu pela primeira vez a chefia de uma missão no exterior, ao tornar-se representante do Brasil no Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT). Nesse período foi o negociador chefe do Brasil na Rodada Uruguai, que culminou posteriormente no GATT-1994 e na criação da Organização Mundial do Comércio.
Celso Amorim foi ministro das Relações Exteriores entre 1993 e 1995. Com Fernando Henrique Cardoso eleito presidente da República, foi indicado para chefiar a Missão Permanente do Brasil nas Nações Unidas, em Nova Iorque, função que exerceu até 1999, tendo, durante este período, assumido a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas. De 2003 a 2010 Celso Amorim foi o ministro das Relações Exteriores do governo Lula, e em agosto de 2011 foi convidado a suceder Nelson Jobim como ministro da Defesa, que entregara sua carta de demissão no mesmo dia. Amorim permaneceu no cargo até janeiro de 2015, quando o ministro Jaques Wagner tomou posse.
Em 7 de outubro de 2009, David Rothkopf, um comentarista da revista estadunidense Foreign Policy, indicou Amorim como “o melhor chanceler do mundo”. O depoimento completo de Celso Amorim pode ser visto no canal do Programa Memória-História Oral no Youtube, em www.youtube.com/programamemoriahistoriaoral
Conheça o trabalho desenvolvido pela Fundação Arquivo e Memória de Santos: acesse o site www.fundasantos.org.br