Coutinho, o “gênio da pequena área”
O craque Coutinho gravou seu depoimento ao Programa Memória-História Oral em 24 de maio de 2012, no Museu da Imagem e do Som de Santos (MISS). Falecido em maio de 2019, Coutinho nos conta na entrevista sobre como iniciou no time principal do Santos F.C. com apenas 14 anos, entre outras memórias de sua vida pessoal e profissional.
Antônio Wilson Vieira Honório, mais conhecido como Coutinho, nasceu em Piracicaba em 11 de junho de 1943. Veio para Santos com apenas 13 anos, e ao lado de Pelé, Pepe e Dorval, montou o quarteto de ataque mais ofensivo da história do Santos F.C. É o terceiro maior artilheiro da história do clube, com 368 gols em 457 jogos.
Coutinho estreou no time profissional do Santos em 17 de maio de 1958, aos 14 anos de idade, em uma partida em Goiânia, contra o Sírio Libanês Futebol Clube. Coincidentemente, o placar foi o mesmo da estreia de seu lendário parceiro Pelé, que acontecera quase dois anos antes: vitória de 7 a 1 para o Santos. E, assim como o camisa 10, Coutinho também marcou um dos gols do Peixe em sua primeira partida pelo elenco adulto do clube.
É considerado um dos maiores centroavantes da história do futebol, e tinha como principais virtudes a frieza e a tranquilidade nas finalizações. O craque tinha, também, duas grandes características: driblava os adversários em poucos espaços e finalizava um lance com uma perfeição raramente vista. Assim, recebeu o apelido de “gênio da pequena área”, superando outros centroavantes que também se destacaram no clube, como Toninho Guerreiro e Feitiço. O próprio Pelé declara que “Coutinho, dentro da área, era melhor que eu. Sua frieza era algo sobrenatural”.
Em um jogo no Estádio Olímpico contra o Grêmio de Porto Alegre, jornalistas e torcedores que estavam no estádio relatam ter visto uma das maiores tabelas já realizadas na história do futebol. Pelé recebeu uma bola no meio de campo, na cabeça. De primeira, passou para Coutinho que, de cabeça, devolveu para Pelé. E assim foram, até a pequena área adversária, somente com toques de cabeça. No lance final, tendo apenas o goleiro à sua frente, Coutinho poderia ter concluído a gol, mas viu Lima chegar de trás e só ajeitou, mais uma vez de cabeça, para ele concluir. Gol do Santos. E a torcida do Grêmio aplaudiu em pé uma jogada histórica entre dois gênios da bola.
Coutinho, além de lembrar Pelé no jeito de jogar, também tinha características físicas muito parecidas com as do Rei do Futebol. Por isso, surgiu uma lenda de que o jogador passou a usar uma fita branca em um dos braços, para se diferenciar de Pelé. Dizia o craque: “Quando eu fazia uma jogada linda, falavam que era o Pelé, quando eu errava um passe ou chute, era o Coutinho”. De 1958 a 1970 Coutinho vestiu a camisa do Santos, conquistando 19 títulos. Faleceu em sua casa, no município de Santos, em 11 de março de 2019, aos 75 anos, em decorrência de complicações causadas por diabetes.
A entrevista completa de Coutinho pode ser acessada no canal oficial do Programa Memória-História Oral no Youtube, em www.youtube.com/c/programamemoriahistoriaoral
Conheça o trabalho desenvolvido pela Fundação Arquivo e Memória de Santos: acesse o site www.fundasantos.org.br