Edição 367 Agosto 2025
Edição 367Agosto 2025
Segunda, 06 De Outubro De 2025
Editorias

Publicado na Edição 247 Agosto 2015

Ora, o voto!

Luiz Carlos Ferraz

A praticamente um ano das próximas eleições, em outubro de 2016, quando serão renovados os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador em todos os municípios brasileiros, um dado interessante, talvez uma preciosidade, mas que revela a balbúrdia do sistema e o quase colapso das instituições eleitorais do país, para ir parando por aí…, até esta data o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a instância máxima de vigilância e punição do processo democrático brasileiro, ainda não divulgou as datas do primeiro e do segundo turno do pleito – este para aquelas cidades com mais de 200 mil eleitores em que o prefeito eleito não tenha a maioria absoluta dos votos válidos, situação que em 2012 movimentou 50 dos 5.568 municípios em que houve eleição. É dispensável discorrer sobre a importância de se divulgar com antecedência as referidas datas, seja na agenda de eventuais candidatos, seja na de qualquer pessoa que pretenda organizar viagem ou coisa do gênero. Assim, o que poderia ser uma informação básica, aliás, um direito, resultado de planejamento em função do momento fundamental esperado pelo cidadão, quando efetivamente exercerá o direito de escolher aqueles que serão seus representantes políticos nos próximos quatro anos, no caso, em Prefeituras e Câmaras, enfim, podendo decidir os dirigentes que estarão ali pertinho, no âmbito das cidades e não encastelados em Brasília…, muito mais próximos de onde pulsa o âmago da cidadania; tal instante parece estar sendo tratado como coisa menor, gerando até insegurança e sendo motivo de especulação, quiçá de apostas, pois o primeiro turno poderá ser em 2 de outubro e, quem sabe, o segundo, em 30 de outubro. Entre uma data e outra, no calendário mal-ajambrado da democracia nacional, que pode surpreender alguns, mas a outros não gera qualquer inquietação, estarão os magistrados do órgão eleitoral preocupados com assuntos de maior relevância, sem dúvida alguma, como os efeitos do escândalo Petrobras na atual composição do Congresso Nacional, sintetizado nas denúncias do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro – o que a qualquer momento poderá resultar em seu afastamento do cargo, já que o político, como desafiou, não renunciará… – e que envolvem também, mais uma vez, o ex-presidente da República, senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) –, denúncias que se somam ao clamor das ruas pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Sim, não há dúvida que são assuntos de relevância, pois mudarão os destinos do país, mas, de forma alguma, deveriam ser capazes de fazer com que as autoridades responsáveis tratem outras questões essenciais como simples detalhe.

Publicado na Edição 246 Julho 2015

Muda, Brasil!

Luiz Carlos Ferraz

Muita coisa mudou no Brasil desde que o ex-metalúrgico Lula, líder do movimento sindical no final da década de 70, no ABC, alcançou a condição de ex-presidente da República, e passou a ser acossado pela revista Veja, de forma descarada e corajosa, como o chefe do estupendo esquema de corrupção que envergonha este país… Em diferentes segmentos da área social é forçoso reconhecer, na esteira do citado movimento, que os avanços foram magníficos nos últimos 12 anos, fruto da efetiva mudança nas prioridades das …

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Publicado na Edição 245 Junho 2015

Transformações sociais

Luiz Carlos Ferraz

Entre tantos efeitos imediatos e mediatos em que é possível projetar a dimensão desta formidável onda de corrupção que assola o país, preocupa a capacidade devastadora de tornar ineficiente o princípio constitucional da presunção de inocência, aquele que ensina que todo e qualquer cidadão é inocente até prova em contrário. Hoje, de forma avessa, ainda que possam ser admitidas honrosas exceções (o que, convenhamos, é raríssimo!!!), todo e qualquer cidadão é culpado até prova em contrário, não apenas o cidadão que trata da coisa pública, …

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Publicado na Edição 244 Maio 2015

Questão de fé

Luiz Carlos Ferraz

Por mais fé que um indivíduo possa ter, é forçoso admitir que há questões nas quais a fé, ainda que em abundância, não é suficiente. Pode ser sim bálsamo a aquietar a alma, resignar o coração, tranquilizar o cidadão que a elege – o que em todos os casos não é pouco… –, mas resolver um problema social de forma definitiva, absoluta, como, por exemplo, impor fim à injustiça, não!; recorrer à fé apenas não parece ser razoável. Não se trata de questionar o poder …

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Publicado na Edição 243 Abril 2015

Atestado de bobo

Luiz Carlos Ferraz

Embora as recentes manifestações de rua reflitam de alguma forma o descontentamento popular, não é possível negar que toda a organização é orquestrada pelo pensamento radical à direita deste mal-ajambrado espectro ideológico nacional. Afinal, duas questões que têm alavancado a barulheira não deixam dúvidas sobre o perfil absolutamente antidemocrático, que se vale do apoio da minoria que ainda não se convenceu que foi derrotada nas urnas, quais sejam: o impeachment da presidente da República – legitimamente eleita pelo voto e sobre quem não existe (pelo …

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Publicado na Edição 242 Março 2015

Ideias e negócios

Luiz Carlos Ferraz

Não é nenhuma novidade que o PIB brasileiro está fraco, anêmico, esquálido, e deverá ser negativo se as previsões não se reverterem. A inflação, ao contrário, anda bem robusta e muitos negócios, em diferentes segmentos econômicos, permanecem em stand by desde o ano passado. De maneira geral, muita gente anda se queixando da vida e do país, numa onda de pessimismo que não interessa a ninguém; e esperar que setores A, B ou C se recuperem, ou que o PIB alcance um mínimo de X%, …

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Publicado na Edição 241 Fevereiro 2015

Respeito à Democracia

Luiz Carlos Ferraz

Não tem sentido a voz desesperada desta minoria barulhenta, ou nem tanto, pregando o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Proposta mais que destrambelhada, Dilma foi mantida no cargo de forma democrática em eleição livre vencida pela maioria do povo brasileiro e, se suas ações são e devem ser questionadas, isto tem que ser feito dentro dos padrões das melhores democracias, respeitando o Estado de Direito e em harmonia com o princípio da tripartição dos poderes, conforme a teoria desenvolvida por Montesquieu, em sua célebre obra …

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Publicado na Edição 240 Janeiro 2015

Não à barbárie!

Luiz Carlos Ferraz

É difícil acreditar que tenha havido alguém no planeta que, de um jeito ou de outro, não tenha tido conhecimento do ato terrorista direcionado a jornalistas franceses que teimam em direcionar seu humor e sarcasmo contra temas considerados para eles grotescos – mas que para outros não devem ser alvo de riso –, o que, desde já, poderia gerar um amplo debate sobre “liberdade com responsabilidade”, ou “minha liberdade termina onde começa a sua”. O viés da questão, contudo, não pretende simplesmente estabelecer tais parâmetros, …

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