Edição 358 Novembro 2024
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Segunda, 02 De Dezembro De 2024
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Publicado em 13/12/2023 - 7:01 am em | 0 comentários

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Pesquisa revela desafios em gestão de pessoas no setor de construção

Desenvolvimento de lideranças no topo dos desafios

Pesquisa revela desafios em gestão de pessoas no setor de construção

Pesquisa inédita realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) e pela Falconi mostra que desenvolvimento de lideranças, atração, retenção, contratação e capacitação de profissionais são os maiores desafios notados pelas áreas de Recursos Humanos das empresas da indústria da construção.

O estudo reuniu 123 companhias de diferentes tamanhos e naturezas de mão de obra operacional, com modelos de trabalhos tanto híbridos quanto presenciais do estado de São Paulo. O vice-presidente da Falconi para soluções de Gestão de Pessoas, Fernando Ladeira, orgulha-se da parceria criada entre o Sinduscon-SP e a consultoria: “Este é um trabalho inédito no segmento. Temos excelentes expectativas de que seja um instrumento para ajudar as áreas de gestão de pessoas a serem de fato estratégicas. Nós sabemos da importância de melhorar essa visão, e essa é a nossa contribuição”.

O presidente do SindusCon-SP, Yorki Estefan, entende que a realização profissional é indispensável para a autoestima dos trabalhadores, para a qualidade das obras e para o aumento da produtividade. Na percepção do coordenador do Grupo de Trabalho Recursos Humanos (GTRH) do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do SindusCon-SP, David Fratel, a análise dessas informações tem como principal objetivo propor ações para enfrentar a escassez de mão de obra na indústria da construção.

“Não existia ainda um panorama das práticas de gestão de pessoas na indústria da construção, com ênfase em engajamento e retenção. Por isso, coletar e identificar as características gerais da empresa, fazer a análise de indicadores (turnover, absenteísmo, acidentes de trabalho etc.) e ter um diagnóstico da jornada do colaborador trazem uma importante ferramenta de trabalho para todos aqueles que fazem parte da cadeia do setor”, afirma Marcela Rittes, coordenadora da pesquisa e integrante do GRTH do CTQ.

O coordenador do CTQ do SindusCon-SP, Rodrigo Fairbanks von Uhlendorff, acrescenta que o estudo é um primeiro passo no sentido de olhar atentamente pontos importantes, mapear e acompanhar como o setor desenvolve e aperfeiçoar as relações com os seus colaboradores: “Mapeamos as iniciativas dos departamentos de RH das construtoras em prol daqueles que estão na linha de frente e na parte administrativa, fizemos um raio X das operações, do que já é realizado e do que pode ser melhorado nessa relação.”

Quase metade dos respondentes aponta o desenvolvimento de líderes e a capacitação como principais desafios do segmento na área de RH. O dado é corroborado ao avaliar que 45% deles garantem aplicar trilhas de desenvolvimento e 48% realizam programas para formação de lideranças. A pesquisa buscou entender quais os principais pontos de melhoria observados pelos gestores de RH e capacitação apareceu no topo do ranking, com 16%, seguido por carreira e pelo par remuneração e benefícios, com 10% cada.

Já clima empresarial (12%), cultura (9%) e cuidar de gente (7%) surgem como pontos mais positivos. São três temas intrinsecamente ligados à integração e ao bem-estar dos colaboradores em uma companhia. Nesse cenário, 73% das companhias garantem que treinamentos de integração para novos funcionários fazem parte da rotina das empresas. “Uma experiência positiva na ambientação para receber e integrar novos colaboradores resulta em mais engajamento, em uma maior retenção para novos funcionários, em mais velocidade no ganho de produtividade e em uma maior aprendizagem”, detalha Ladeira.

Quando perguntados sobre como a área de gestão de pessoas é vista pela empresa, 26% responderam que a consideram um setor estratégico, enquanto 74% a avaliam apenas como departamento pessoal ou de suporte. Sete a cada 10 organizações disseram não fazer acompanhamento de indicadores de gestão de pessoas, sendo que 33% ainda não fazem a coleta dos dados. Hoje, 4% dizem que os dados são aplicados e utilizados para responder perguntas por meio de modelos estatísticos e/ou matemáticos pontuais.

“Acreditamos que esse estudo pode ajudar a transformar para melhor a maneira como são geridos os times e as organizações do setor de construção civil”, reforça Ladeira.

Perguntadas sobre seu percentual de absenteísmo (porcentagem de faltas ao trabalho, justificadas ou não, em relação ao total dos colaboradores), 54% das empresas disseram ser de até 2% ao mês, enquanto 21% registraram índices acima de 7% ao mês. Entre as causas, saúde física (36%) e questões familiares (19%) foram as mais apontadas. Porém, uma a cada quatro empresas não mapeia o processo e 15% dos casos são injustificados.

Além disso, 15% das companhias respondentes possuem turnover voluntário (quando o desligamento é decisão do colaborador), maior que 6% ao mês, o que significa uma rotatividade de cerca de 72% da mão de obra ao ano. Já em relação ao turnover involuntário (iniciativa de desligamento parte da empresa), a mesma rotatividade, de 72%, está presente em 20% das organizações. Oportunidades de mercado, remuneração e carreira são 75% dos motivos de turnover voluntário, enquanto o desempenho profissional é causa de praticamente metade dos desligamentos involuntários (46%).

Questionadas sobre práticas de controle para turnover, uma a cada três empresas dizem ainda não ter iniciativas, enquanto 5% revelam ter um plano estruturado para isso. Segundo Ladeira, a gestão de indicadores é essencial para se ter dimensão de possíveis problemas, conhecer o impacto e principais fatores correlacionados. “Essa gestão dá suporte à construção de um bom plano de ação e à atuação estratégica do RH. Medir o indicador de turnover é importante e, de forma geral, relativamente simples de se iniciar, mesmo que com o uso de ferramentas menos complexas”, afirma o VP da Falconi.

“Processos de avaliação de desempenho e de recompensa e critérios de promoção são essenciais para desenvolver os times e reconhecê-los de forma transparente e coerente. Os números levantados demonstram que há um bom espaço para que as empresas do segmento trabalhem para avançarem em seus processos de pessoas”, explica Ladeira.

O executivo destaca ainda a importância da pesquisa para a transformação do segmento. “Esses dados podem ser utilizados como benchmarking, para o direcionamento de boas práticas e como termômetro de onde existem oportunidades. Foi dado um primeiro e grande passo. A intenção é que a pesquisa seja recorrente, uma fonte de informações, e que se torne cada vez mais rica a partir dos aprendizados gerados na primeira edição.”

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