Edição 356 Setembro 2024
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Domingo, 13 De Outubro De 2024
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Publicado em 19/01/2024 - 6:59 am em | 0 comentários

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Pavilhão Japonês celebra 70 anos com “Haiga – Diálogos Visuais e Poéticos”

Haiga: relação harmônica entre imagem e texto

Pavilhão Japonês celebra 70 anos com “Haiga – Diálogos Visuais e Poéticos”

Comemorando o septuagésimo aniversário do Pavilhão Japonês do Parque do Ibirapuera, na capital paulista, da próxima quinta-feira, 25, a 3 de março, a exposição “Haiga – Diálogos Visuais e Poéticos” celebra a arte japonesa do Haiga, que combina a poesia haicai com a imagem visual, em uma colaboração inédita entre os artistas Massami Uyeda e Bruno Silvestre. O Pavilhão Japonês tem acesso pelo portão 10, próximo ao Planetário, com entrada franca às quintas-feiras, das 10 às 17 horas, e inteira R$ 15 / meia R$ 7, às sextas, sábados, domingos e feriados, das 10 às 17 horas.

“É uma honra inaugurar este ano de comemoração dos 70 anos do Pavilhão Japonês com uma exposição que destaca a colaboração como seu eixo central, celebrando a união nos seus mais variados formatos”, afirmou Agata Takiya, curadora do Pavilhão Japonês. A exposição tem patrocínio de Osten Group, Arap Nishi e Uyeda Advogados, Quickly Travel – JTB. Café Fazenda Aliança, NPE Group e Acqualimp.

Massami Uyeda foi o primeiro nipo-brasileiro a ocupar o cargo de ministro em uma Corte Superior no Brasil. Mestre e doutor em Direito pela USP, Uyeda revela seu talento poético: “Poesia integra a vida, ainda que inconscientemente. Está na sintonia sincopada das sístoles/diástoles do coração. Está presente no pulsar das estrelas e no sorriso da criança. Está presente em nosso olhar e sentimento. Este é o sentido dos diálogos visuais e poéticos”, afirma.

Também atuando na área jurídica, o advogado Bruno Silvestre é deficiente visual de baixa visão e utiliza a câmera fotográfica para enxergar o mundo através das lentes: “Para mim, a fotografia transcende o simples ato de capturar imagens; ela carrega um significado profundo e pessoal. Através das lentes, descubro uma visão aprimorada do mundo, uma percepção que vai além das limitações da minha deficiência visual”.

“A todos que contribuíram para tornar esta exposição uma realidade, expresso minha profunda gratidão. Espero que essa mostra inspire reflexões, promova diálogos e deixe uma marca indelével em nossos corações, conectando-nos através da beleza atemporal da arte”, destacou Claudio Kurita, presidente da Comissão do Pavilhão Japonês.

O termo “Haiga” se refere a um tipo de arte japonesa que combina uma imagem visual, geralmente uma pintura ou ilustração, com um haicai, que é um poema curto de três linhas com uma estrutura específica de sílabas (5-7-5). O haiga busca criar uma relação harmônica entre imagem e texto, onde cada elemento complementa e amplia o significado do outro.

A forma tradicional de haiga frequentemente emprega técnicas de caligrafia para inscrever o haicai diretamente na pintura, criando assim uma obra integrada. No entanto, variações modernas podem utilizar fotografias ou outras formas de mídia visual em combinação com texto impresso ou digital.

O objetivo do haiga é ir além da mera ilustração do poema ou da ampliação da imagem através das palavras. Em vez disso, a relação entre os dois deve ser de ressonância e sugestão mútuas, de modo que a totalidade da obra seja maior do que a soma de suas partes individuais. O haiga é altamente valorizado na cultura japonesa e é considerado uma forma de arte refinada, que requer habilidade tanto em artes visuais quanto em poesia.

Situado dentro do Parque Ibirapuera, o Pavilhão Japonês foi construído conjuntamente pelo governo japonês e pela comunidade nipo-brasileira, sendo doado à cidade de São Paulo, em 1954, na comemoração do IV centenário de sua fundação.

Símbolo do fortalecimento da amizade entre o Brasil e o Japão, o Pavilhão ocupa uma área de mais de 7.500 m², contando com um edifício principal, cercado por um vasto jardim, e tem a sua administração conduzida pela Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social.

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