Nativos Tenondé Porã ensinam jogos, danças e brincadeiras do povo Guarani
O Sesc Avenida Paulista, na capital paulista, por meio do projeto “Que Jogo é Esse?”, propõe uma aproximação do público com alguma prática esportiva, jogo ou brincadeira pouco popular ou ainda desconhecida pela maioria das crianças e adultos. Já fizeram parte do projeto práticas como “Corfebol”, “Kanjam” e “Shuffleboard”. Em agosto, nos dias 6 e 13, o “Que Jogo é Esse?” oferece, com mentoria de três educadores guarani que vivem na tribo indígena Tenondé Porã, de São Paulo/SP, quatro jogos tradicionais indígenas: Manji’o, Uru-xy, Xondaro e Tangará.
“Manji’o” e “Uru-xy” acontecem no dia 6 de agosto, sendo o primeiro das 11h30 às 13 horas e o segundo das 15h30 às 17 horas. Já no dia 13 de agosto, das 11h30 às 13 horas, o jogo apresentado é o “Xondaro”, seguido do “Tangará”, das 15h30 às 17 horas. Para participar das atividades não é necessário inscrição prévia, estando apenas sujeita à lotação do espaço. As brincadeiras são voltadas para crianças a partir de cinco anos e adultos e são apresentadas por meio de movimentos e conversas pelos educadores guaranis Karai Valcenir Tibes (Negão), Jaxuka Claudia Marilene Gonçalves e Everton Tupain (Txumbai), que, além de lideranças da Terra Indígena Tenondé Porã, são também professores da Escola de Educação Infantil “Gwyra Pepo”.
Manji’o – Na brincadeira da manji’o (mandioca em Guarani), as crianças começam cantando, se agacham e, em fila, abraçam uma árvore ou poste. O objetivo é todos se segurarem com firmeza uns nos outros, para que não sejam arrancados pelo dono da mandioca. O dono também precisa exercitar sua força para conseguir arrancar, uma a uma, suas mandiocas.
Uru-xy – Na brincadeira da uru-xy, a mãe galinha precisa guiar seus pintinhos para se esquivarem da onça. É como se fosse um pega-pega: a onça fica no meio, tentando pegar os pintinhos que passam, enquanto a mãe galinha grita para que os pintinhos passem no momento certo. Se a onça pegar os pintinhos, eles viram onça também e precisam capturar a mãe galinha.
Xondaro – Na dança do xondaro, o objetivo é preparar os corpos das crianças, jovens e adultos para que tenham equilíbrio, agilidade e esperteza, exercitando movimentos de esquiva. A brincadeira é uma de arte marcial feita em grupo e, para dançar, é preciso seguir os movimentos do mestre de xondaro e ouvir com atenção o som do rave’i, a rabeca, e do mbaraka, violão.
Tangará – Essa dança imita os movimentos do pássaro tangará e é cheia de variações, feitas para a preparação do corpo. Para dançar, basta reunir pelo menos três pessoas, duas atrás e uma na frente, e fazer a dança do pássaro – sempre prestando atenção à música do rave’i, rabeca, e do mbaraka, violão, que indicam o momento certo de pular ou atravessar de um lado a outro.