Edição 353Junho 2024
Segunda, 15 De Julho De 2024
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Publicado em 1/05/2024 - 6:54 am em | 0 comentários

José de Holanda/Divulgação

Museu da Língua Portuguesa comemora o Dia Mundial com programa gratuito

Fabiana Cozza: show de encerramento na Praça da Língua

Museu da Língua Portuguesa comemora o Dia Mundial com programa gratuito

A potência e a influência das culturas africanas no Brasil e no português falado no país ganham espaço no Dia Mundial da Língua Portuguesa 2024 do Museu da Língua Portuguesa. O evento acontecerá no próximo sábado, 4, e reunirá artistas do Brasil, Angola, Guiné-Conacri, Moçambique e Portugal, com performances e gastronomia. Um dos destaques é o show de encerramento na Praça da Língua com a brasileira Fabiana Cozza e o português de ascendência cabo-verdiana Dino D’Santiago. Gratuita, a programação começará às 10 horas e se estenderá até às 19.

No domingo, 5, quando se comemora oficialmente o Dia Mundial da Língua Portuguesa, a entrada do Museu também será gratuita para todos os públicos. Aos sábados, a entrada já é gratuita.

Toda a programação do Dia Mundial da Língua Portuguesa 2024 no Museu é inspirada na mostra “Línguas africanas que fazem o Brasil”, a próxima exposição temporária, a ser inaugurada no fim de maio. Curadores da ação neste ano, o músico brasileiro Tiganá Santana e o escritor angolano Kalaf Epalanga vão atuar como mestres de cerimônias.

O evento será aberto com o escritor e poeta angolano Ermi Panzo e o grupo brasileiro Slam das Minas, às 11 horas. Em seguida, às 13, se apresenta a cantora Fanta Konatê, de Guiné-Conacri. Fundadora do Instituto África Viva, ela é considerada uma referência cultural de seu país.

Às 15 horas, o percussionista e compositor moçambicano Otis Selimane é o convidado. Logo depois, às 17, é a vez da performance da banda brasileira Funmilayo Afrobeat Orquestra, grupo formado e idealizado somente por mulheres e pessoas não binárias negras. Para todas essas apresentações, que acontecerão no saguão B do museu ou no saguão central da Estação da Luz, não é necessário retirar ingresso.

A programação se encerra com o show de Fabiana Cozza e Dino D’Santiago, na Praça da Língua e no auditório, no terceiro andar do museu. A apresentação começa às 19 horas, com retirada de ingressos a partir das 17h30 na bilheteria do pátio A (até dois ingressos por pessoa).

Paralelamente às performances artísticas, haverá feira de gastronomia e outros produtos no saguão B. Das 10 às 17 horas, o público poderá adquirir objetos de origens africanas ou afrodiaspóricas, além de saborear alimentos típicos, como acarajé. Às 16 horas, a editora Todavia, que tem lançado os livros de Epalanga no Brasil, como “Minha pátria é a língua pretuguesa: crônicas” e “Também os brancos sabem dançar”, promoverá uma sessão de autógrafos com o autor.

“Escolhemos artistas africanas e africanos que vivem no Brasil, particularmente em São Paulo – cidade que evidencia a presença importante de imigrantes da África Subsaariana, sobretudo, na região central –, e que se utilizam da língua portuguesa, colonial e consideravelmente africanizada no Brasil, para o exercício das suas pontes e articulações sociais a partir daqui. Convidamos também artistas brasileiros que tenham alguma relação cultural, criativa ou estética com África”, afirma Tiganá, um dos curadores: “A multiplicidade de linguagens, entre performances, concertos musicais, literatura e gastronomia, também nos guiou o pensamento desde o início”.

“Para a montagem desta programação, utilizamos o critério de apresentar artistas que transitam entre diferentes mundos e geografias, tanto físicas quanto simbólicas, dentro e além das diversas línguas aninhadas dentro da língua que nos é comum”, acrescenta Epalanga.

Abordando diversos elementos das culturas africanas no Brasil, em diferentes linguagens artísticas, o Dia Mundial da Língua Portuguesa 2024 no museu dialoga com o assunto de sua próxima exposição temporária, a “Línguas africanas que fazem o Brasil”. Desta forma, o evento servirá como um esquenta: a mostra está prevista para ser inaugurada no fim de maio.

De acordo com Tiganá, a ênfase nas criações, narrativas e performances africanas e afro-brasileiras, em movência, nas ondulações da diáspora negra, relaciona diretamente a programação do Dia Mundial da Língua Portuguesa 2024 no museu com a próxima exposição temporária, centrada na presença das línguas africanas que também formam o Brasil: “É uma espécie de abertura dos corpos do público para que receba a exposição que chegará, precisamente, três semanas depois”.  

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