Festival LGBT+ em seis espaços culturais na capital paulista e on-line
O Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade chega a sua 31ª edição com o tema “A gente nunca foi tão Mix”, celebrando as diferentes identidades de gênero, orientações sexuais, bem como formatos e linguagens. A partir desta quinta-feira até o próximo dia 19, domingo, o público poderá conferir espetáculos teatrais transmídia originários de Taiwan, França e Brasil, 119 filmes de 35 países e de 13 estados brasileiros, experiências XR com a temática queer vindas da EUA, Finlândia, Chile, França, Brasil, Alemanha e Portugal, literatura, performances sobre temas relevantes para comunidade LGBT+ e o tradicional Show do Gongo, com Marisa Orth. A abertura, para convidados, será com o brasileiro “Levante”, primeiro longa de Lillah Halla – eleito o melhor filme das Seções Paralelas pela Federação Internacional dos Críticos em Cannes –, e com a première nacional da performance teatral francesa “O Futuro”.
O festival ocupará seis espaços culturais de São Paulo – Cinesesc, Centro Cultural São Paulo (sala Paulo Emílio), Spcine Olido, Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS), Teatro Sérgio Cardoso, Museu da Língua Portuguesa e o Instituto Moreira Salles (IMS) –, mas o público de outros estados poderá acompanhar a programação on-line gratuitamente pelas plataformas do Sesc Digital (sesc.digital/home), Spcine Play (spcineplay.com.br/) e Itaú Cultural Play (itauculturalplay.com.br).
Com a proposta de unir arte e tecnologia, o festival trará espetáculos e performances multimídia inéditos no Brasil, como “Intimidade Virtual”, desenvolvido por artistas de Taiwan e da Austrália com a comunidade queer de São Paulo, protagonizada pelo ator brasileiro Jay Laurentino e com elenco brasileiros e taiwanês. O espetáculo é totalmente interativo, onde o público usa o celular dentro do teatro para responder perguntas sobre o amor, intimidade e relacionamento e encaminhar a ação.
Na programação também estão o espetáculo transmídia “Labirinto Feminino”, com Wallie Ruy, Gabriela Gama e Shirtes Filho, onde monólogos intensos exploram o ciclo da violência doméstica com mulheres trans e cis, e as performances “O Futuro”, vinda da França com um elenco binacional, a obra faz uma ode à necessidade de desaceleração do nosso mundo, e “Desiries’Series #1”, solo que é um espaço de pesquisa, encontro e compartilhamento com a obra do artista e fotógrafo brasileiro Fabio Motta. As estreias acontecem entre quinta-feira e o dia 18 no Teatro Sérgio Cardoso e serão disponibilizadas nas plataformas digitais do #Mix e #CulturaEmCasa (https://culturaemcasa.com.br/).
A programação internacional de cinema do Festival exibirá títulos de diretores e atores consagrados que fizeram parte da Seleção Oficial dos Festivais de Berlim, Veneza, Cannes e San Sebastian – a maioria inéditos no Brasil. Entre os destaques estão o nigeriano “Todas as Cores Entre o Preto e o Branco” de Babatunde Apalowo, e o francês “Orlando, Minha Biografia Política”, de Paul Preciado, vencedores do Teddy Award, troféu destinado a filmes queer do Festival de Berlim, nas categorias ficção e documentário, além do espanhol “20.000 Espécies de Abelhas” de Estibaliz Urresola Solaguren, vencedor do Prêmio Sebastiane em San Sebastian.
Ainda na seleção internacional do 31° MixBrasil estão o francês “De Volta à Córsega” de Catherine Corsini, exibido na mostra oficial do festival de Cannes, o grego “Nosso Verão Daria Um Filme” de Zacharias Mavroeidis, selecionado para a mostra oficial do Festival de Veneza, o alemão “Sissi e Eu” de Frauke Finsterwalde, estrelado pela atriz Sandra Hüller e exibido no Festival de Berlim, o americano “Kokomo City: A Noite Trans de Nova York”, de D. Smith, Prêmio do Público de Melhor Documentário em Berlim, o turco “Blue ID” de Burcu Melekoglu e Vuslat Karan, vencedor do Prêmio do Público do Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, o belga “O Paraíso” de Zeno Graton e o norte-americano “Birder” de Nate Dushku.
Já a seleção de filmes nacionais reúne produções premiadas dentro e fora do Brasil com temas marcados pelas investigações das afetividades e desafios cotidianos da população LGBT+. Entre eles estão “Neirud” de Fernanda Roth Faya (SP), “Toda Noite Estarei Lá” de Suellen Vasconcelos e Tati Franklin (ES), “Tudo O Que Você Podia Ser” de Ricardo Alves Jr. (MG), “Assexybilidade” de Daniel Gonçalves (RJ), “Corpo Presente” de Leonardo Barcelos (MG), “Capim Navalha” de Michel Queiroz (GO), “Uma Tarde Pra Tirar Retrato” de André Sandino Costa (RJ), première mundial de “Todos Morrem Tentando Fazer uma Obra Prima”, de Gustavo von Ha (SP), “M de Mães” (SP), de Lívia Perez e “Antígônadá” de Dora Longo Bahia (SP), estes dois últimos fazendo sua estreia nacional no festival.
A Spcine participará do festival promovendo o MixLab Spcine – com workshop da produtora Stink sobre produção com inteligência artificial e da diretora Janaína Leite no metaverso, pitching de games e aulas magnas com os diretores Zeno Graton e Nate Dushku e a diretora brasileira Lillah Halla. Toda a programação acontecerá no MIS. A parceria com a Spcine também é representada por uma seleção de títulos que serão exibidos dentro da plataforma Spcine Play (www.spcineplay.com.br), de quinta-feira até 26 de novembro.
Nove instalações de experiências XR de realidades estendidas com temáticas LGBT+ vindas da França, Finlândia, Chile, EUA e Brasil serão instaladas durante o MixBrasil no MIS para que os visitantes vivam experiências de diferentes linguagens e recursos tecnológicos. São elas “Queer Utopia” inspirada em histórias reais de homens gays 60+, “Tom House the VR Experience” nesta experiência os visitantes penetram na lendária residência em Los Angeles onde morou Tom of Finland, um dos mais influentes criadores da arte erótica queer, Corpo Invisível, um corpo encontra a si mesmo ao ser invisibilizado institucionalmente, sete obras digitais inéditas do polêmico artista chileno Neocristo e estreia mundial de Eclosão de um Sonho, totalmente realizado com Inteligência Artificial pela artista Igi Ayedun.
Completam a seleção “Secret ID”, criado com Inteligência Artificial e arte sonora a VR questiona a hipermasculinidade e a vida dupla dos super-heróis, “Labirinto Imersivo”, versão VR do espetáculo “Labirinto Feminino” que explora o ponto de pessoas omissas em relação ao ciclo de violência feminina, “Ex Aequo” , dez histórias inspiradoras de atletas profissionais que enfrentam discriminação baseada em raça, gênero, orientação sexual e deficiência e “Patience Mon Amour”, série realizada para celular que conta a história de um casal lésbicas, onde Alice descobre que sofre de endometriose e Gabrielle, que nunca quis ter filhos, decide por amor fazer reprodução assistida. A exposição virtual “Bicho Gente, Bicho”, instalada no metaverso, traz uma seleção de trabalhos, que vão desde desenhos feitos com mídia tradicional (tinta acrílica e pastel oleoso) a esculturas 3Ds, e representam a potência do corpo LGBT+ enquanto sobrevivente na sociedade.
Para os aficionados por Games, nos dias 18 e 19, acontece no MIS o MixGames. Celebrando a diversidade e a inclusão, os jogos inéditos lançados no festival são “Lipsync Killers” jogo musical com elementos de RPG e luta, inspirado nos famosos lip sync performados por Drags, “My True Self”, visual novel em que o jogador guia um menino trans em sua jornada para encontrar um novo nome e descobrir a si mesmo, “Pivot of Hearts”, uma segunda chance no amor numa visão não-monogâmica, e “Hands of Timber”, aborda de forma sensorial a solidão de um homem negro e gay – através de polaroids, o jogo lhe convida a interpretar o que ainda resta ao homem.
O tradicional “Show do Gongo” – em que desapegados realizadores e realizadoras apresentam seus vídeos para o julgamento do público do MixBrasil, cabendo à Marisa Orth traduzir o anseio popular e decidir se os filmes serão gongados ou avaliados pelo júri, volta ao Teatro Sérgio Cardoso.
Toda a programação poderá ser conferida no site mixbrasil.org.br e também através do Facebook: /FestivalMixBrasil, Instagram: @FestivalMixBrasil, Twitter: @fmixbrasil e Youtube: fmixbrasil. O evento é uma realização da Associação Cultural Mix Brasil, Ministério da Cultura, e conta com a iniciativa da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Itaú, Mercado Livre e SPcine e apoio cultural do Sesc SP.