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Publicado em 9/10/2020 - 7:09 am em | 0 comentários

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Estudo aponta que empresas não estavam preparadas para crise sanitária

Micro e pequenas empresas de serviços são as que mais sofrem

Estudo aponta que empresas não estavam preparadas para crise sanitária

Pesquisa realizada pela Grant Thornton Brasil, envolvendo 402 empresas sobre os impactos da pandemia nos negócios, apontou que 43,78% delas não estavam preparadas para a crise gerada pelo novo coronavírus. Deste universo, 62% são micro e pequenas empresas, 41% médias empresas e 31% grandes empresas.

Segundo os analistas, tal desproporção está associada ao acesso ao crédito e ao nível de organização das empresas, ou seja, sofreram menos as que dispunham de ferramentas de gestão capazes de se adaptar com relativa rapidez a cenários adversos.

Com relação aos setores da economia, o mais atingido foi o de serviços, no qual 47% das empresas não estavam preparadas. “O resultado não surpreende, pois nesta categoria encontram-se as empresas mais atingidas pelas restrições impostas pela pandemia, que deverão enfrentar o desafio de adaptar-se à nova cultura organizacional, juntamente com a necessidade de se investir na pós-retomada”, afirma Hugo Luna, líder de transações da Grant Thornton Brasil.

“As empresas mais impactadas, que tiveram uma redução de mais de 50% no volume de negócios, corresponderam a 17% da população pesquisada. Por outro lado, 41% das empresas indicaram um baixo impacto (até 5%), possivelmente beneficiadas pelas medidas governamentais em função da pandemia, como postergação de impostos, redução de folha, suspensão de pagamento de dívidas etc”, avalia João Rafael, sócio líder da área de capital markets da Grant Thornton Brasil.

Com relação à perspectiva de investimentos, 50% das empresas esperam uma redução de pelo menos 20% em seu ritmo. A pesquisa revela também certa cautela nos investimentos em fusões e aquisições (M&As), já que 35% das empresas demonstraram interesse em buscar um crescimento inorgânico neste momento.

Há uma tendência a acreditar que o período de recuperação dos impactos da Covid-19 deve ocorrer em pelo menos um ano, previsão feita por 66% das respondentes. E essa expectativa é compartilhada por empresas de todos os portes e de todos os setores.

Entre os principais desafios observados e lições aprendidas durante essa crise, parcela significativa dos respondentes indicou a elaboração de um cenário pós-crise como o principal desafio a ser enfrentado. A afirmação foi feita por 164 de um total de 402 empresas pesquisadas. E a maior dificuldade em elaborar esse cenário foi detectada, sobretudo, nas micro e pequenas empresas do setor de serviços.

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