Coronavac atinge 100% de eficácia para casos moderados e graves
O governo de São Paulo e o Insituto Butantan confirmaram hoje que a vacina Coronavc, desenvolvida em parceria com a biofarmacêutica Sinovac Life Science, atingiu índice de eficácia de 100% para casos graves e moderados de Covid-19. O estudo clínico realizado no Brasil contou com a participação de 12,4 mil profissionais de saúde voluntários em 16 centros de pesquisa.
“Hoje é um dia muito importante para o Brasil, os brasileiros, a saúde e a vida. A vacina do Instituto Butantan tem eficácia de 78% a 100% contra a Covid-19, apontam os estudos no Brasil”, afirmou o governador João Doria: “Como governador de São Paulo, quero agradecer aos mais de 12 mil voluntários que aceitaram participar desta pesquisa coordenada pelo Butantan e centros de excelência em oito estados brasileiros. Agradecer também a pesquisadores, médicos e cientistas que ajudaram e contribuíram para encontrarmos este grande resultado. O nosso reconhecimento e a nossa gratidão”.
Entre os imunizados ao longo dos testes clínicos e que contraíram o vírus, nenhum apresentou caso grave ou moderado da doença nem precisou de internação. Ou seja, quem tomar a vacina do Butantan estará com a saúde protegida e chances mínimas de agravamento da Covid-19.
A taxa de eficácia foi de 78% para os infectados que apresentaram casos leves ou precisaram de atendimento ambulatorial. Isso significa que a cada cem voluntários que contraíram o vírus, somente 22 tiveram apenas sintomas leves, mas sem a necessidade de internação hospitalar.
Com os índices atingidos na pesquisa, o Butantan deu início nesta quinta à solicitação do registro emergencial da vacina junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para que rapidamente seja iniciada a imunização dos brasileiros contra a Covid-19.
“A vacina mostrou 100% de eficácia contra casos graves e moderados. Não houve nenhum caso grave de Covid-19 entre os voluntários imunizados com a vacina do Butantan”, explicou o diretor da instituição, Dimas Tadeu Covas.
Covas destacou que a pesquisa realizada no Brasil foi a prova mais dura e complexa já realizada no mundo para uma vacina contra o coronavírus e o estudo mais detalhado já apresentado.
Por serem profissionais da área da saúde, todos os 12,4 mil voluntários tiveram risco muito maior de infecção, pois estavam na linha de frente da assistência prestada a pacientes contaminados.
A parceria entre o Butantan e o laboratório da China é desenvolvida desde 10 de junho. Em outubro do ano passado, foi divulgado que a Coronavac é a mais segura entre todas as vacinas testadas no Brasil.
Em novembro, a revista científica Lancet, uma das mais importantes no mundo, publicou os resultados de segurança da Coronavac nas fases 1 e 2, realizados na China, com 744 voluntários. A publicação mostrou que a vacina é segura e tem capacidade de produzir resposta imune em 97% dos casos no prazo de até 28 dias após a aplicação.
O Butantan concluiu a contratação de 124 profissionais para reforçar produção da vacina contra o coronavírus. Os novos trabalhadores se juntam aos 245 que já trabalhavam no local, que ocupa uma área produtiva de 1.880 metros quadrados. Foram contratados 69 auxiliares de produção, 53 técnicos de produção e dois tecnologistas.
Do total de profissionais contratados, 37 começaram a trabalhar nesta quinta. Os demais iniciam atividades no próximo dia 14, após treinamento e integração.
“Nossos esforços em incrementar o time de profissionais vêm do comprometimento do Butantan em disponibilizar rapidamente uma vacina para uso na população brasileira. Pela urgência, garantimos o terceiro turno da fábrica em uma rotina incessante de produção. Hoje, já temos em solo nacional 10,8 milhões de doses”, afirmou Covas.
A área do envase dispõe de seis máquinas principais para envase do extrato composto da vacina enviado pela biofarmacêutica Sinovac Life Science, além de rotulagem e embalagem do imunizante desenvolvido em parceria internacional firmada pelo Governo de São Paulo e pelo Butantan.
No mesmo complexo são envasados anualmente 80 milhões de doses da vacina contra a gripe, além de 13 tipos diferentes de soros que são usados na rede pública de saúde. O imunizante tem composição semelhante a outros produzidos pelo Butantan, o que facilita e agiliza o processo de envase.