Como diagnosticar e tratar a Esclerose Múltipla de forma adequada
Maio é marcado pelo Dia Mundial da Esclerose Múltipla (EM), doença que afeta cerca de 2,8 milhões de pessoas no mundo, segundo o Ministério da Saúde, e aproximadamente 40 mil no Brasil. De acordo com a médica neurologista Mirella Fazzito, da Clínica Araújo & Fazzito, da capital paulista a doença é a segunda causa mais comum de incapacidade em jovens, precedida apenas pelos traumatismos.
A EM afeta o Sistema Nervoso Central (SNC), podendo acometer cérebro e medula espinhal. “Trata-se de uma condição multifatorial, autoimune, que se caracteriza por ter componente inflamatório, degenerativo e desmielinizante, afetando o cérebro, tronco encefálico e medula espinhal. É a doença desmielinizante do SNC mais prevalente”, explica Mirella, ao frisar que a doença atinge, na maioria dos casos, adultos jovens de 20 a 40 anos e predomina no sexo feminino (três mulheres para cada homem).
A EM pode causar inúmeros sintomas, de acordo com a médica neurologista: “Entre os principais sintomas , podemos destacar a perda da visão, alterações de sensibilidade, força, fadiga, perda do equilíbrio, vertigem. Entretanto, a intensidade e os sintomas variam de acordo com cada paciente”.
Mirella ressalta que os sintomas são variáveis, de acordo com a localização das lesões apresentadas pelos pacientes e não costumam se instalar de maneira súbita, como nas doenças vasculares. “Geralmente os sintomas ocorrem de maneira progressiva, piorando no decorrer das horas ou dias”.
A EM tem uma prevalência de 15 casos para cada 100.000 habitantes e muitas vezes é subdiagnosticada ou confundida com outras doenças. Os critérios diagnósticos se baseiam nos sintomas clínicos, alterações nos exames de imagem (ressonância de crânio e medula) e achados laboratoriais (por exemplo alterações no exame de líquido cefalorraquidiano, o líquor).
A investigação tem início no consultório médico, com a coleta de história clínica detalhada, entendendo todo histórico do paciente, além de exame físico e neurológico. “A ressonância magnética é o exame complementar mais importante para o auxílio no diagnóstico, mas é essencial um exame físico bem feito”, pontua a médica neurologista, ao enfatizar a importância do acompanhamento do paciente, diagnóstico adequado e o início do tratamento precoce: “Infelizmente ainda não existe cura para a EM, mas existem tratamentos que têm por objetivo manter o controle da doença e, principalmente, a qualidade de vida desses pacientes”.