Brasil lidera comércio com a China entre os países da América Latina
O intercâmbio comercial entre a China e os países latino-americanos atingiu marco histórico no ano passado, ultrapassando US$ 480 bilhões, conforme estimativas baseadas em dados da Administração Aduaneira da República Popular da China (AGA). O valor contrasta com os cerca de US$ 14 bilhões registrados em 2000, conforme a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). E, no ano em que se comemora os 50 anos de relações comerciais com o país asiático, o Brasil é destacado como o principal parceiro comercial da China na América Latina.
Em 2023, o comércio bilateral totalizou US$ 181 bilhões, dos quais US$ 122 bilhões representaram as exportações brasileiras, resultando em um superávit comercial de US$ 63 bilhões. Essa relação comercial entre Brasil e China está em constante ascensão, evidenciando um cenário de oportunidades e progresso mútuo, como indicam dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) referentes ao primeiro trimestre de 2024.
De acordo com as estatísticas, as importações brasileiras da China cresceram em média 12,7%, atingindo a marca de US$ 14 bilhões, enquanto as exportações para o país asiático também aumentaram, totalizando US$ 23 bilhões, representando um aumento médio de 9,8%. Esses números refletem não apenas um aumento nas transações comerciais, mas também um equilíbrio favorável para o Brasil, com superávit de 5,5% em relação à China.
Rodrigo Giraldelli, CEO da China Gate, enfatiza o fortalecimento do comércio bilateral, ressaltando o Brasil como um importante fornecedor para o mercado chinês: “Estes resultados confirmam o Brasil como o país latino-americano que mais exporta para a China, mantendo um saldo positivo em sua balança comercial com o país asiático”.
A soja lidera as exportações, representando 35,4% das exportações brasileiras para a China. Além do grão dourado, produtos como minério de ferro (20,2%), carne bovina congelada (8,82%) e polpa de celulose (3,36%) também estão entre os principais itens exportados, segundo dados do Observatório de Complexidade Econômica (OEC). É possível que esta relação continue a crescer, a julgar pelos 15 acordos comerciais bilaterais avaliados em cerca de US$ 10 bilhões (R$ 51 bilhões) que existem entre ambos os países.
“Diante desse panorama, é evidente que as relações comerciais entre Brasil e China continuam a fortalecer-se, impulsionando o desenvolvimento econômico de ambos de forma sustentável e mutuamente benéfica”, avalia Giraldelli: “Com a perspectiva de crescimento contínuo, é fundamental que as empresas brasileiras aproveitem as oportunidades oferecidas pelo mercado chinês e busquem estratégias para expandir sua presença e competitividade neste cenário globalizado”.