Vira-lata!
Luiz Carlos Ferraz
De chofre, Billy comemorou! Afinal, como destaca esta edição do Perspectiva, na coluna do médico veterinário Eduardo Ribeiro Filetti, o SRD, acrônimo de Sem Raça Definida, o popular Vira-lata, assim mesmo, com a primeira letra em maiúscula, é o queridinho do brasileiro – pelas inúmeras vantagens que a mistura lhe proporciona. Apesar de tal preferência, foi com indignação que Billy constatou nos últimos dias a tentativa de se resgatar no imaginário popular o arraigado conceito de que o brasileiro sofreria de “complexo de vira-lata” – uma pejoração muito além do campo futebolístico (como se reiterou após a derrota na Copa do Mundo de Futebol de 1950) e que denotaria acreditar que seu país, cultura, povo, enfim, suas realizações, são inferiores em relação a outras nações. Absolutamente, não! Os anos passam e na esteira das transformações sociais, é forçoso admitir que cada vez mais, ainda que numa velocidade paquidérmica, o brasileiro não admite a referida pecha e busca protagonismo no contexto internacional. Isto significa, por exemplo, repudiar a análise apressada de Monteiro Lobato, no início do século passado, de que o fruto desta Nação é um “tipo imprestável”. Neste momento, por feliz coincidência, o povo brasileiro demonstra confiança e coesão contra uma agressão injusta, travestida no tarifaço do presidente norte-americano Donald Trump. É a oportunidade de deixar claro de uma vez por todas que, muito distante da imagem disseminada ao longo de séculos, a democracia brasileira funciona e não admitirá qualquer tipo de pressão ao funcionamento de suas instituições; e repelirá, de forma contundente, quem tenha o topete de tentar o contrário. O traidor da Pátria que se regozija com os ataques à soberania nacional não deve ser chamado vira-lata, mas verme; para em seguida ser levado à prisão. Billy agradece!