Reportagem infeliz
Luiz Carlos Ferraz
Abatida pelo crescente descrédito de leitores e anunciantes, em meio a intrincado plano de recuperação judicial e troca no controle societário do grupo que a edita – o que talvez explique o ódio que a contamina –, a revista Veja revelou todo o desespero desse seu inferno e de forma sensacionalista, bem ao estilo da mais chula “imprensa marrom”, desferiu ataques às cidades da Baixada Santista. Não se trata de manifestar exacerbado bairrismo, muito menos de pretender censurar o tradicional veículo de comunicação, mas tão somente de repudiar a infeliz reportagem no encarte veiculado para o estado de São Paulo, denominado propriamente de Vejinha. Sob o título de “Decadência à beira mar”, a publicação traça um panorama negativo da região, manipulando informações de maneira aleatória e irresponsável – e desprezando respeitados indicadores que colocam Santos, por exemplo, como uma das melhores cidades para se viver no Brasil. É bem verdade que Santos, assim como os demais oito municípios da metrópole da Baixada Santista, poderia estar numa situação muito melhor não fosse a crise econômica que assola o país e prejudica o esforço conjunto das administrações públicas, iniciativa privada e população. O golpe baixo de Vejinha, contudo, haverá de servir para aglutinar este forte sentimento de indignação e ao mesmo tempo elevar a autoestima da população, e também de visitantes de todos os cantos do planeta, para que se continue acolhendo com respeito os que aqui buscam lazer, entretenimento e qualidade de vida, fazendo valer o lema estampado no brasão de armas de Santos, no qual está gravada a frase em latim Patriam Charitatem et Libertatem Docui, que significa À Pátria Ensinei a Caridade e a Liberdade.