Não foi Tabajara!
Ao que tudo indica (pelo andar da carruagem, diriam os mais afeitos à escrita antiga), a tentativa de golpe que a Polícia Federal apura vai deixando o termo “suposta” cada dia mais longe. É certo que faltam conclusões, e a estas devemos aguardar, mas o quadro atual vai se desenhando de forma politicamente desfavorável aos ex-inquilinos do Palácio do Planalto. A “tentativa Tabajara”, expressão que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usou para desqualificar um suposto movimento contra a legalidade caiu no folclore. A troça foi uma espécie de vingança contra o grupo que, segundo se apura, queria prendê-lo. Os depoimentos de militares, agora sem sigilo, levam a crer que os comandantes do Exército e da Aeronáutica seguraram a onda, evitando assim o rompimento da ordem constitucional que visava impedir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de assumir o mandato conquistado nas urnas. Fato é que tais acontecimentos são de uma seriedade ímpar. O que se espera e se impõe neste momento é que o STF aja com absoluta serenidade, à luz da lei, imputando responsabilidade e punição exemplar a todos os elementos que atentaram, de forma vil, contra a Democracia – o bem maior na formação de nossa cidadania.