Nada vai mudar
Nelson Tucci
Tem um topete loiro roubando a cena. Donald Trump é o novo líder mundial, gostemos disso ou não. De misógino, xenófobo a neonazista, o bilionário já recebeu vários outros adjetivos, especialmente nas últimas semanas, por conta da eleição presidencial dos Estados Unidos. Com uma imagem tão negativa, convenhamos, é difícil simpatizar com a figura. Mas, vamos ao que interessa: os Estados Unidos – a serem governados por Trump a partir de 20 de janeiro – são o segundo maior parceiro comercial do Brasil (só atrás da China), tendo o fluxo de comércio bilateral superado os US$ 50,5 bilhões em 2015. De acordo com dados do Banco Central, os Estados Unidos continuam a ser o país com maior volume de Investimento Externo Direto (IED) no Brasil, com estoque no valor de US$ 116 bilhões. A diplomacia brasileira busca retomar os laços comerciais com o Norte, acelerando os negócios, o que seria bom para todos nós. O marido de dona Melania é homem forte no business (o pai do presidente portenho Maurício Macri que o diga…), mas no personal business. Assumir o comando desse gigante “Boeing” chamado Estados Unidos agora é outra história. A menos que todos os analistas de plantão estejam, de novo, enganados, nada vai mudar na essência com o Brasil. Nadica de nada. Até porque as prioridades dele são intestinas (internas, em primeiro lugar) e a China, é claro…