Feliz 2017!
Luiz Carlos Ferraz
Por mais otimismo que se pretenda injetar para 2017, não é possível deixar de lamentar o caminho tortuoso que o país percorreu nos últimos meses, desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A pretexto de salvar o Brasil da bancarrota, a política de austeridade proposta por Michel Temer projeta um futuro incerto ao trabalhador brasileiro, mais uma vez convocado para suportar o ônus dos necessários ajustes na economia, enquanto juízes, desembargadores, promotores e parlamentares, além de uma considerável casta de funcionários públicos, mantém seus “direitos adquiridos”. O abismo existente entre os modelos de governo que costumam polarizar as eleições hoje está mais claro para o eleitor, surpreendendo a legião de derrotados que se julgava imune a uma eventual troca de prioridades do governo; a realidade demonstra que a minoria estava errada. Some-se a isso a Operação Lava-Jato, aplaudida por tanta gente e que respinga muito além do partido político apeado do poder… Congelar o gasto público (que no médio e longo prazos até pode ser algo saneador), via PEC, e massacrar o trabalhador, praticamente negando-lhe o direito à aposentadoria, não é o que o país precisa agora para voltar a crescer, recuperar os 12 milhões de empregos perdidos, a inoperância da infraestrutura, a falta de segurança, de escolas qualificadas e de hospitais para simples emergências. Basta de meias medidas. O Brasil precisa de um governo justo. Sem isto, só nos restaria pular o próximo ano e desejar um Feliz 2018…
Não, convido o leitor a resistir: Feliz 2017!