Barbas de molho
Luiz Carlos Ferraz
Nesta primeira edição do ano, após as oportunas reflexões feitas ao final de mais um ciclo, o momento é de reiterar a confiança de que 2016 há de ser fundamental à fixação das condições necessárias para a superação do estado de crise que contamina a grande maioria das atividades produtivas no país e atinge de forma inapelável o cidadão. Nosso entendimento, em sintonia com o que pensam dirigentes de diferentes segmentos, econômicos, sociais e políticos, é que a importância deste ano está na excelente oportunidade de se reciclar e recriar estratégias que se revelaram pífias para gerar negócios, desenvolvimento e riqueza. Querer atribuir todas as dificuldades à conjuntura internacional é ladainha que não convence, na medida em que o descompasso não é fenômeno compartilhado em muitos países. Sim, 2016 tem de ser aproveitado como um período propício às ações, mas, de maneira especial, destinado ao planejamento, visando cristalizar qual o conceito de país que queremos formar, qual o perfil do governante que queremos ter e, afinal, qual o tipo de cidadão que queremos ser. Não é tarefa fácil, principalmente porque para isso é preciso mudar paradigmas, o que torna o desafio ainda mais complexo. Assim, além da seriedade e da honestidade que deverão permear as relações humanas, a sociedade espera, no mínimo, vontade, transparência e criatividade, características cada vez mais raras entre os gestores da coisa pública – onde predominam os políticos preguiçosos, hipócritas e gastadores. Muitos desses, aliás, a se confiar numa eventual politização do eleitor, já podem colocar as barbas de molho, pois em 2 de outubro serão realizadas eleições para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador, e dificilmente serão reeleitos.