Amigos do alheio
Nelson Tucci
No passado era bem comum o golpe do “bilhete premiado”. Por absurdo que seja, ainda pode acontecer vez ou outra. É raro, mas acontece, e o porquê disso é difícil explicar com tanta publicidade dada a esse modus operandi em tantas décadas… Com o advento da internet, vagabundos (as) procuram inovar e criar novos mecanismos de abordagem às vítimas. Por ignorância, boa-fé, olho grande por dinheiro fácil, desespero etc., muitas são as vítimas que entraram de gaiatas em situações de engodo. Depois de um certo “rei do bitcoin” agora ficou famoso um tal “galã do Tinder”; ambos estão presos. Pra quem tem tempo, e interesse, é possível se deparar com outras alcunhas de tais elementos que apreciam a chamada vida fácil (expressão antes designada para outra atividade mercantil). Algumas vezes os golpes são grosseiros; noutras há grau de sofisticação, aplicados por homens, mulheres ou até mesmo casais. Abertura de contas com documentos falsos e operações bancárias fraudulentas ocorrem com frequência (nestes casos, os bancos são obrigados a restituir o cidadão vitimado, conforme estabelece o artigo 393 do Código Civil); números aleatórios, geralmente de lugares desconhecidos (entenda-se DDD de cidades / estados que você não frequenta) te cobrando valores que você não reconhece; oferecimento de empréstimos de instituições fantasmas e e-mails escritos em inglês (ou em português mal ajambrado) te falando de uma rica herança em algum país africano e a pessoa, “generosa”, te pede ajuda para sacar a bolada, te oferecendo gorda fatia do bolo em troca do seu “CPF e conta bancária” e por aí seguem. O fato é que os amigos do alheio não descansam e, por isso mesmo, é preciso estarmos atentos (as). Portanto, se alguém te ligar, em alguma situação atípica, fique esperto (a). Certifique-se que você não está na mira de um (a) golpista. Mas nem sempre o golpe é consumado diretamente no seu bolso. Por vezes ele é indireto, via estelionato eleitoral. A pessoa te promete cousas incríveis e não entrega, ou te larga falando sozinho (a) no meio do calendário e quando você se dá conta o prejuízo está lá. Em certos casos a gente se livra do golpe uns quatro anos depois; já em outros o período pode ser bem maior.