Projeto foca adaptação às mudanças climáticas
Santos será protagonista no projeto “Municípios Paulistas Resilientes”, lançado em junho pelo governo de São Paulo. O trabalho, que envolve Baixada Santista e mais 13 cidades paulistas, propõe capacitações para os municípios prepararem seus planos de adaptação climática, bem como a utilização da rede de dados estadual para facilitar o entendimento sobre vulnerabilidades climáticas, especialmente relacionadas a eventos extremos como chuva e temperatura.
A iniciativa conta com o apoio da Agência de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ). A disponibilização das informações de forma customizada para que as regiões possam desenvolver seus planos frente aos impactos da mudança climática é pioneira no Brasil. A ideia é ampliar as ações para incluir os 645 municípios nos próximos anos.
“Santos já vem realizando esse trabalho”, disse o chefe da Seção de Mudanças Climáticas da secretaria de Meio Ambiente, engenheiro Eduardo Kimoto Hosokawa: “Somos os pioneiros no país, lançando um Plano Municipal de Adaptações Climáticas, em 2016, em uma parceria com a GIZ. Nosso trabalho gerou interesse e apoio do governo do estado e agora, por meio deste projeto-piloto, poderemos replicar essa iniciativa para outros municípios”.
Ele explicou que as prefeituras poderão padronizar e compartilhar sua base de dados, entender suas vulnerabilidades, como riscos de deslizamento, problemas na rede de drenagem, entre outros, e elaborar seus planos: “Santos vai apoiar essa capacitação e, por sua estrutura com geólogos e meteorologistas, por exemplo, contemplar toda Baixada Santista, além de aperfeiçoar nosso plano. Os efeitos da mudança climática não são exclusivos de Santos. É um problema global”.
O plano de Santos
Estas são as principais recomendações do Plano Municipal de Mudanças Climáticas de Santos (Pmmcs):
. Viabilização de instrumentos econômicos, financeiros e fiscais para a promoção dos objetivos, diretrizes, metas, ações e programas;
. Criação de uma Base de Dados sobre mudanças climáticas;
. Incentivo às iniciativas públicas e privadas para mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e adaptação às mudanças climáticas;
. Monitoramento de fatores de risco à saúde decorrentes das mudanças climáticas;
. Garantir participação da sociedade civil, ONG’s e Universidades nos processos consultivos e deliberativos relacionados à mudança do clima;
. Criar metas de redução de emissão de GEE, com estratégias de mitigação e adaptação;
. Implantar monitoramento contínuo para prevenção de riscos em áreas costeiras;
. Otimização do aproveitamento e redução dos resíduos;
. Divulgação do tema por meio da informação transparente, científica e democrática;
. Fomentar a proteção e recuperação de ecossistemas naturais;
. Capacitar a população para enfrentar as situações de riscos;
. Introduzir medidas de eficiência energética, de recursos hídricos e ampliação de áreas verdes.