Terapia pode reduzir o transplante de córnea
Descoberta de pesquisadores do departamento de Oftalmologia da faculdade de Medicina de Harvard, publicada no The American Journal of Pathology, revela que a administração de um neuropeptídeo, hormônio estimulador a-melanócitos (a-MSH), pode reduzir o transplante de córnea. Isso porque o a-MSH limita a morte das células que formam o endotélio, camada interna da córnea que é irrecuperável, previne o edema e a opacidade da córnea. Os pesquisadores afirmam que o estudo evidencia o potencial terapêutico deste hormônio para uma ampla gama de doenças oculares genéticas, entre outros distúrbios do endotélio que levam ao edema da córnea.
Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier, de Campinas, no interior do estado de São Paulo, a descoberta é um grande avanço no tratamento de doenças na córnea. Isso porque até hoje não há outras terapias capazes de recuperar as células endoteliais da córnea, lembrando que são elas que respondem pela transparência e regulam o equilíbrio de fluido da lente do olho. Ele esclarece que várias condições podem opacificar a córnea: “É importante reconhecer esses fatores para adotar medidas preventivas, quando possível”. Entre as principais doenças elencadas pelo médico está a Ceratocone, que é o fator de risco de maior prevalência. Ele ressalta que quando há histórico familiar de distrofias genéticas, o risco de precisar de um transplante de córnea aumenta. Queiroz Neto afirma que os principias sintomas de danos nas células endoteliais da córnea são a visão embaçada, halos ao redor das luzes, fotofobia, desconforto ocular, redução na acuidade visual, edema e mudanças na forma da córnea.