Síndrome do Pânico atinge jovens
A Síndrome do Pânico costuma atingir jovens entre 21 e 40 anos que se encontram em plena realização profissional, extremamente produtivos, que costumam assumir uma carga excessiva de responsabilidade e são bastante exigentes consigo mesmos. A avaliação é da psicóloga clínica e psicanalista Priscila Gasparini Fernandes, ao acrescentar que, normalmente, essas pessoas não convivem bem com seus erros ou imprevistos do dia a dia e possuem ainda uma tendência a se preocuparem excessivamente com problemas do cotidiano. Além disso, costumam ser muito criativas, perfeccionistas e tem excessiva necessidade de estar no controle, com expectativas extremamente altas, pensamento muito rígido e tendência a ignorar as necessidades físicas do corpo.
Neste contexto, em situações de perigo real, nosso organismo libera algumas substâncias que são os neurotransmissores: a serotonina e a noradrenalina. Este é o mecanismo de alerta e de defesa do cérebro para um ameaça iminente. Passado o momento de tensão, a tendência natural é a de voltarmos ao estado normal, sem que isto volte a nos perturbar.
Na Síndrome do Pânico, porém, o cérebro ativa esse mecanismo de alerta indevidamente, sem que haja nenhum fator desencadeante aparente. Ou seja, pessoas em situações comuns que de repente desenvolvem medos irracionais, que são as fobias, e começam a evitá-las. “A mente não reconhece a situação de perigo e o corpo desse indivíduo se descontrola por completo pela ação destes sintomas. Como consequência disso, as glândulas suprarrenais liberam adrenalina, fazendo com que a pessoa fique desnorteada e entre em pânico, induzindo a liberação de mais adrenalina. Ela acredita que está morrendo e ficando louco”, explica Fernandes. Os sintomas físicos comuns são sudoreses, tremores, falta de ar, dor no peito, palpitações, náuseas, tonturas, formigamentos e calafrios.
Um fato que dificulta o diagnóstico da doença é o tempo de crise, que dura em média 20 minutos. Sendo assim, ao chegar no pronto-socorro acaba sendo diagnosticado como um estresse comum. O tratamento busca o equilíbrio bioquímico cerebral, através de medicamentos seguros, preparando o paciente para que ele possa enfrentar seus limites e os problemas do cotidiano de uma maneira menos estressante. Tudo isso aliado a terapias pode dar bons resultados na recuperação do paciente ao longo dos meses.
A psicanalista orienta quem convive com outras que têm o problema: manter a calma na hora da crise, apenas apoiando a pessoa, sem tratá-la como coitada.