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Terça, 16 De Julho De 2024
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Publicado na Edição 276 Janeiro 2018

Cisto no cérebro exige cuidados

Embora comum, a descoberta acidental de um cisto no cérebro exige o acompanhamento de um especialista. O tipo aracnoide é o mais frequente e também pode se desenvolver na medula espinhal. Estima-se de 1 a 1,5% da população irá desenvolver um cisto aracnoide, sendo mais prevalente em homens que em mulheres.

Segundo o neurocirurgião, Iuri Weinmann, de São Paulo, o cisto aracnoide se desenvolve no espaço entre o cérebro e a membrana aracnoide, uma das três membranas (meninges) que revestem o encéfalo e a medula espinhal: “O cisto aracnoide, normalmente, é uma bolsa composta de líquido cefalorraquiano. As paredes do cisto não permitem a drenagem do líquido, portanto, o volume se acumula em seu interior”.

O cisto aracnoide pode ser primário – quando é congênito – e secundário quando se desenvolve mais tarde. Na maioria dos pacientes são achados nos exames de imagem por acaso, justamente porque não geram sintomas.

“Entretanto, em alguns casos, dependendo da localização e do tamanho, o cisto provocará alguns sintomas que podem levar o paciente a procurar um médico”, comenta o especialista: “Quando ele se desenvolve no cérebro pode causar dor de cabeça, tontura, enjoo, vômitos, letargia, convulsões, problemas na visão, audição, marcha, equilíbrio, atrasos no desenvolvimento (em crianças) e demência (em adultos)”.

Já quando o cisto se desenvolve na coluna, pode causar dores nas costas, escoliose, enfraquecimento e espasmos musculares, falta de sensibilidade nos braços ou pernas e problemas para controlar a urina ou as fezes.

Os cistos aracnoides congênitos são os mais comuns e surgem, na maior parte dos casos, devido a alguma malformação durante o desenvolvimento intrauterino. Já nos cistos aracnoides secundários as causas são variadas, como traumas encefálicos ou na coluna, complicações de cirurgias no sistema nervoso central, meningites ou tumores.

“Alguns cistos podem levar ao aumento da pressão intracraniana, levar a crises convulsivas frequentes, assim como podem se romper. Nestes casos, a cirurgia é indicada. Em crianças, os cistos podem afetar o desenvolvimento e, com isso, também podem ter indicação cirúrgica”, afirma o neurocirurgião, ao ponderar que o tratamento cirúrgico vai depender da localização, do perfil do risco operatório, da disposição do paciente em passar por uma cirurgia e da chance de recorrência.

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