Edição 358 Novembro 2024
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Segunda, 02 De Dezembro De 2024
Editorias

Publicado na Edição 351 Abril 2024

Divulgação

Vídeos reconhecem vencedores

Projetos participaram de exposição na sede do Instituto Tomie Ohtake

Vídeos reconhecem vencedores

O Instituto Tomie Ohtake e a AkzoNobel lançaram, no canal do Youtube do instituto, em www.youtube.com/@tomieohtake, os vídeos experimentais sobre os três projetos premiados na categoria Profissional do 9° Prêmio Arquitetura Tomie Ohtake AkzoNobel: Casarão 28, de Naia Alban; Centro de Referência Quebradeiras de Babaçu, do Estúdio Flume; e Rota do São Benedito, do Coletivo Cidade Quintal.

O prêmio buscou reconhecer as produções arquitetônicas de destaque na cena contemporânea brasileira, valorizando as formas inovadoras de pensar e construir o espaço social, contribuindo com a arquitetura nacional nos seus mais variados contextos. Os projetos selecionados participaram de exposição na sede do instituto e foram apresentados em catálogo.

Diversas mudanças foram implementadas para que as obras selecionadas pudessem potencializar diálogos entre si, evitando que fossem vistas como objetos isolados. A proposta curatorial se dedicou a apresentar desenhos, fotografias, maquetes, objetos, cadernos, relatos e vozes que mostraram caminhos para realizar aproximações e interpretações sobre os espaços, programas, processos e resultados. A reintrodução da categoria Universitária – realizada na edição de 2019 – ampliou o interesse pelo caráter investigativo das práticas de projeto e contemplou, em sua exposição, pesquisas e projetos acadêmicos de várias regiões do Brasil. “Esperamos que o caráter reflexivo e propositivo do prêmio possa ganhar circulação e recepção pelo público interessado e que consiga inserir o debate sobre nossas cidades e os modos como habitamos e vivenciamos o mundo nas diversas instâncias da sociedade”, afirmam Carol Tonetti, gerente de Educação, e a curadora Sabrina Fontenele.

Projetos inovam formas de pensar e construir o espaço social

Casarão 28: intervenção econômica e sustentável

Casarão 28, Salvador/BA, de 2022, roteiro e direção de Alan dos Anjos. A intervenção da arquiteta Naia Alban neste imóvel do século XVIII, localizado no centro histórico de Salvador, revela uma alternativa econômica e sustentável para a conservação de edifícios antigos, além de transformar a cadeia produtiva da construção. O projeto priorizou a reutilização de materiais de demolição e recicláveis de outros canteiros de obras da mesma cidade, para realizar as intervenções propostas pela arquiteta. O vídeo de Alan dos Anjos capta o modus operandi desse processo, mostrando os materiais vindos de outros canteiros e sendo adaptados/instalados por trabalhadores-artesãos. O atual Casarão 28 é o resultado dessas ações, reconfigurando espaços e enfatizando a reutilização de materiais, especialmente a madeira.

Centro de Referência: colaboração com as quebradeiras de coco

Centro de Referência Quebradeiras de Babaçu, Povoado de Sumauma, Vitória do Mearim/MA, de 2022, produção de Marina Licke, imagens e montagem de Luara Oliveira, finalização de Alexandre Taira. O projeto elaborado pelo Estúdio Flume para o Centro de Referência Quebradeiras de Babaçu aborda inicialmente uma prática de apoio a uma comunidade, de um fazer realizado por mulheres, sua conexão com o território e a natureza, para depois discutir a arquitetura. Arquitetura que se comprometeu de forma prática com as mudanças socioambientais exigidas pelo nosso tempo e apresentadas de maneira educativa à comunidade do povoado de Sumauma. O processo de elaboração do projeto foi realizado em colaboração com as mulheres quebradeiras de coco, vinculando-se aos processos produtivos, buscando melhorar as condições de execução do fazer delas e se propondo a articular e atender outras demandas comunitárias no espaço. Mais do que a própria arquitetura, vídeo aborda o cotidiano dessas mulheres, alinhado à ideia inicial do projeto.

Rota de São Benedito: fundamento na memória, nas histórias contadas e nos lugares

Rota do São Benedito, Vitória/ES, de 2022, direção, edição, roteiro e fotografia de Francisco Xavier. A criação da Rota de São Benedito partiu de um levantamento colaborativo realizado pelo coletivo Cidade Quintal junto aos moradores do Bairro São Benedito, em Vitória/ES. A rota, projeto que ultrapassa os entendimentos clássicos sobre arquitetura e urbanismo, se fundamenta na memória, nas histórias contadas e nos lugares que as conectam, dando origem ao circuito histórico-cultural Rota do São Benedito, composto por oito pontos de interesse determinados e priorizados pela comunidade local. O território ativado pela Rota está localizado a oeste de uma extensa avenida que corta a cidade, uma espécie de fronteira entre a área predominantemente habitada por pessoas brancas e aquela que pode ser identificada como sua região mais negra. Essa área abriga morros onde estão situadas comunidades provenientes de antigos quilombos, incluindo o bairro São Benedito. Apesar da vida pulsante, o bairro não fazia parte, até então, do circuito turístico da cidade e passa a ter, com a rota, novas possibilidades socioculturais e econômicas. O filme de Francisco Xavier retrata a iniciativa e o percurso, através de depoimentos de moradores e de turistas que visitam o local.

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